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Quando esmagamos o nosso futuro

sábado, 16 de maio de 2009


Quando se pensa sobre o futuro, é mais comum se pensar sobre o que faremos, o que teremos, como estaremos e o mundo como será: mais doenças, mais corruptos, mais miséria, mais crises, mais perdições, mais e mais capacidade do homem se superar em termos de injustiça, maldade e destruição. Mais nações empobrecidas, os mesmos ricos que fazem e acontecem, cujos escândalos alimentam fantasias e desejos de encarnação material; os mesmos pobres que só têm tempo de ser explorados, sobrevivem agredidos e revidam uns nos outros as agressões sofridas.

No meio disso tudo, sempre surge um ou outro heróis que nos faz esquecer do quanto sozinhos podemos ser impotentes. E do quanto unidos poderíamos ter alguma forma de mudança. Infelizmente, é fácil participar de passeatas em prol da paz e soltar fogos no dia da Confraterniação Universal, abraçar os correligionários em festas pra vários "jesuses" verem e deixá-los cada vez mais sozinhos em suas já abjetas solidões.

Quando vi essa foto imediatamente me lembrei da questão da gratidão de ter onde repousar minha cabeça, e ter a certeza de que terei comida sempre que tiver fome. Quer dizer, não estou excluído desses direitos fundamentais do ser humano.

Se pensarmos a criança como o nosso futuro, e olharmos essa foto, é fácil concluir que "pisamos sobre o nosso futuro", esmagamos, sem qualquer sensibilidade, o ente fundamental da nossa existência, que é o outro que ainda está em formação, que na nossa velhice carregará sobre suas costas os trabalhos e atividades que movimentam a sociedade. O nosso futuro não é isolado.

A criança está quase esmagada pelo concreto. Como tudo que é indesejável, está oculta aos nossos olhos. Mas, nem sempre está assim. A postura mais comum das pessoas hodiernas é não participar de nada, apenas criticar e jogar pedras naqueles a quem se atribui o poder de fazer algo. Mas, continua impassível, sua parte terminou no simples ato de votar. Isso quando não vende ou troca seu voto por favores pessoais.

É normal cair na crítica fácil, mas e nós o que fazemos? Vou fazer um belo texto como do irmão X ou Y, vou divulgar powerpoints, slides, mensagens e informações para os que têm acesso á internet: "net caritatis"!! Eles vão chorar, eu tenho certeza! Eu chorei ao ver isso, fiquei mais alegre pelo que tenho. Sua sensibilização, minha sensibilização vai mudar o quê se nada de prático eu, você fizermos?

Isso me lembrou também de Lázaro, o morto que Jesus ressuscitou. Jesus removeu a pedra que cobria o morto! E o morto passou a viver, a ver, a se movimentar. Nesse aspecto é preciso tomar atitudes práticas de gente viva. Exercer cidadania. Cobrar de verdade das autoridades. Saber o que está sendo feito na sua cidade, propor ações. Orar, reunir pessoas, conscientizá-las da participação ativa, da participação verdadeira e não da participação cúmplice e descomprometida.

Muito se fala sobre a importância do silêncio, mas o silêncio pode ser ainda mais criminoso quando nos calamos diante da injustiça, diante dessa força que conduz as vidas a precipícios, exclusão, fome, sede, doenças.

Gravata de bispo, pastor, prefeito, deputado, batina de padre, bíblia na mão, canudinhos, a síndrome de boa família, discurso bonitinho na Globo, na ONU, nenhum símbolo religiosos ou de poder apaga as imagens abundantes de bilhões de seres humanos excluídos da vida.

Pena, choro, não vai resolver coisa alguma se eu, você não tomarmos nenhuma atitude prática. Dar esmolas resolve umas seis horas da vida de alguém, que talvez nunca mais você veja, mas nunca impediu a perda de milhares de vidas para o desprezo que a humanidade tem pelo outro, por mais que ela critique as mazelas sociais e os governos.
(Jackson Angelo)

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