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Pensando sobre o agora

sábado, 9 de abril de 2005

Não queria passar por este mundo como alguém que fez os outros chorarem de tristeza. Já fiz, que eu me lembre, umas sete pessoas chorarem, fora os que eu não sei. Fora os que eu já magoei injustamente, sem saber. E quem mais me fez chorar em toda minha vida fui eu mesmo. Por ter sido injusto até com alguns animais domésticos. Porque não fui perfeito o quanto eu esperava, por ter superado minha falibilidade, pelos muitos sonhos que voaram, pelos castelos que caíram. Por ter sido crítico demais, por me ver tantas vezes armado com a razão na mão e ter sido calculista, esperando o momento de me vingar das falhas alheias. Sei que dei alegrias. Ri juntamente, alto e forte. Chorei às ocultas. Poucos viram o quanto me doeram certas atitudes, ríspidas palavras, situações quase mortais, pré-fabricadas em mentes, no mínimo, insanas. A maldade é a pior loucura do ser humano. Erros, falhas são perdoáveis; maldade...perdoa-se, esquecer é outra história. A tolerância, o amar são de passo em passo. Eu quero caminhar além. Quero, preciso me divertir. Danem-se a maldade, a inveja, a intolerância, a insensibilidade, a inimizade; as pessoas não, eu não.

PALHAÇOS

Ouço músicas maravilhosas e...nenhum alívio. Abro a geladeira e nenhum alívio. Televisão, internet, jornal, nada. Sou o único palhaço em casa, no momento, minha platéia sou eu.
Minha mãe eu eu somos grandes palhaços, até a brabeza dela me anima, porque me lembra que não estou num cemitério. O cemitério, sim, é para os mortos. É preciso fazer algum barulho. Mas, ela saiu. E há tanta coisa que não podemos compartilhar. Uma coisa não me deixa dúvidas: ela me ama. Isto (o amar) não se aprende na escola. Poderia até ser. Bem, comigo não foi assim. Seu nível de escolaridade, do qual ela constantemente se lamenta, é muito precário, já em seu caráter procura ser leal e verdadeira. Tudo o que ela diz é real, ainda que com falhas. Às vezes, ela fala coisas horríveis quando está perturbada, e sei que ela já está arrependida. É melhor não dizer nível: formação educacional, ampliação das armas de pensamento, reflexão. Eu a acho um gênio. Ela tem lutado até hoje e isto me serve de exemplo. Nunca teve nojo das minhas fezes e, até aqui, se for necessário, ela limparia meu vômito, fezes, ceras, suores, só não limpa meu caráter, porque convém a mim escolher minhas ações e caminhos.Sempre temos a chance de escolher, ainda que as alternativas não sejam as mais desejáveis. A vida nos leva por caminhos tão estranhos, quando achamos que estamos no controle, as tsunamis derrubam tudo. Quando estamos nos sentindo perdidos, os dinossauros da fé aparecem. E aí, uma escolha ainda pode ser feita: acreditar contra todas as impossibilidades. Neste caso, a fé é necessariamente cega. Difícil é estar sem condição alguma de escolha, como é o caso da inevitabilidade da morte, a inevitabilidade dos condicionantes naturais da existência humana, ou, em casos extremos, quando alguém escolhe por nós (movido por amor ou vil injustiça), quando alguém se acha enclausurado em um estado de coma total e, então, se fala em eutanásia. Diga a um gato para ele ser cachorro. Tente amestrá-lo deste modo. Ensine uma formiga a ser uma vaca, e uma vaca a ser abelha. Ora, quem ensina sabe o que É SER uma formiga, uma vaca ou mesmo uma abelha? Sabe o que É NÃO SER uma formiga, uma vaca ou mesmo uma abelha? Esta coma total, creio, não se realiza apenas fisicamente. A inoperância das virtudes do coração, a falta ou desprezo pelo aperfeiçoamento espiritual, enfim, enclausuram muitas pessoas numa coma espiritual ainda mais tenebrosa. É possível que já estejam mortos e nem tenham noção.
Eu vou acordar. Vou empurrar este monte de pedras e cascalhos que caem sobre minha cabeça. Eu sempre consegui me acordar. Não vou morrer agora.

Extrema Solidão

Uma extrema solidão me trouxe novamente ao universo dos blogs. Tenho meu diário, mas só escrevo às vezes. Em nada capricho. Novamente não foi a alegria que me fez um criador, tampouco quero ser destruidor. Será que quero encontrar alguém? Que fosse, no mínimo, especial. Não sei se quero informar pra mim mesmo: o quê? Nem estou feio nem bonito. Nem leio muito, nem sou artista, não há nada especial. Alguns me acham engraçado, outros inteligente, outros me odeiam, muitos hipócritas.
Eu me sinto como um animal enjaulado, mas já sem animalidade. Queria sair da minha anormalidade e ser como uma planta realizando fotossíntese, frutificando na estação certa. Mas, mas , mas. Hoje, eu me aborreci com tudo. Eu sei que tenho amor em algum lugar do meu coração e sei que o mundo quase todo precisa. Mas, mas, mas. Sei que posso falar coisas muito bonitas, mas não quero escrever algo que está diante do que penso e sou. Amar a justiça e a verdade me consola. Talvez, por isto mesmo a sociedade me assusta tanto e eu me veja, tantas vezes, como um covarde. Uma coisa é certa, entre milhares de coisas certas, eu tentarei compreender o que escrevo. Eu estarei aqui. Quero me ver cara a cara. Talvez, eu mesmo tenha coragem de me compreender.
 

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