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Contrastes (poesia para pensar nos contrastes)

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Contrastes (poesia para pensar nos contrastes)

Um dia este sertão foi mar
Um dia a pomba branca despencou do céu
E suas asas perderam a força, suas penas viraram pó
Um dia nasci, um dia fiz meu primeiro pipi
Um dia venci a morte
Outro dia mais um pouco de mim foi embora
O inesquecível virou amnésia
A anestesia não funcionou mais
A explicação se perdeu em si mesma
Os erros voltaram com mais força
A paciência renasce das cinzas do desespero que me devorou
O amor matou mais do que o ódio
Um dia os olhos tremulam sem força
As mãos já não levantam seu próprio peso
As montanhas mais altas viram rochedos no chão
Um dia, um descanso cansa muito mais do que trabalhar
Um dia conheço todo mundo que passa
Noutro, nem as ruas mais reconheço
Um dia tudo é como sempre conheci
Noutros, os significados se perdem em um buraco negro do sem sentido

(Jackson Angelo, em 02 de fevereiro de 2011)

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