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Onde estão os meus amanhãs

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Onde está o meu amanhã?
Porque já passou o dia, já passou a noite
Passaram-se meses
Passei pela vida
A vida passou
Passaram ventos e trovejaram ferozes as adversidades
Fiquei de pé, mas meus pés não chegaram
A montanha altíssima ainda não foi movida
E superou as nuvens, tapou o sol, escondeu o azul do céu
O mar morto, sanguinolento, as ondas assassinas e frias
Ainda agitam e viram o meu barco
Ou melhor, o meu pedaço de madeira apodrecida e fraca
Minhas mãos já cansaram de pelejar
E mesmo na calmaria a bússola não indica uma direção certa
Onde estão os que me acusavam?
E os vejo sentados em seus tronos novos e fartos
Suas fotos de alegria embriagada
Onde estão os amigos a quem ajudei?
A face alegre que brilhava no espelho
Agora nem sequer quer se ver
Porque seu próprio ser virou sinônimo de tristeza
Onde está o meu amanhã?
A quem tanto busquei?
Onde está o meu sonho?
Onde está minha esperança?
Não é outro mais que pergunta onde está o meu Deus
Mas eu mesmo, eu mesmo me questiono:
"Onde está o meu Deus?"
Por que a queda, por que o fracasso, por que a vergonha?
Não era isto parte do meu amanhã pelo que tanto sofri.
Não houve o amanhã da juventude vencedora, cheia de vigor, cheia de sonhos
Não houve a germinação das sementes
Sementes que se tornariam os frutos doces
Que encheriam meus celeiros
Que alimentariam meus rebanhos
Que saciariam minhas fomes
Que simbolizariam a vitória de tudo o que sempre acreditei
Não houve o amanhecer sem sentir a inquietação da mesmice perturbadora
Onde está o meu amanhã?

Minha intenção nesta poesia é tão somente refletir o estado de uma alma angustiada por esperar um amanhã sonhado, batalhado, talvez merecido até, mas que apesar de todo esforço, das boas sementes, parece que a injustiça e o fracasso são os donos da situação. O que produz tristeza, e angústia, desafia sufocantemente a fé, o raciocínio, toda noção de justiça, enfraquece a fé, tira o sono e a paz. Anos, e anos, e anos, e anos, e anos. E sofrimentos, e sofrimentos, e privações, e negações, e nada.

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