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O MÍNIMO, PELO MENOS, JÁ SERIA UM INÍCIO

quarta-feira, 28 de março de 2007

O MÍNIMO, PELO MENOS, JÁ SERIA UM INÍCIO

Tenho me comportado como quem embrulha suas mazelas em sacos plásticos e as isola da vista dos outros, sem tomar nenhuma atitude para lavar, pelo menos, o que sujei. Como quem faz um aborto com as próprias mãos e não as limpa, nem procura jogar o feto em algum lugar menos indigno.
Repetitivamente, por anos e anos e anos, sem mudança. Nem pra melhor nem pra pior. E isto é uma piora: o nada acontecer por nada se ter feito, nem ao menos se pensar fazer, se tentar fazer, antes o lamento e a rejeição de qualquer esperança.
Tenho uma sacola nas costas já cansadas de sustentar o peso, mas não carregá-lo. Cheguei diante das montanhas, as quais apontando um início assustador parecem dizer que também é chegado o fim, porque se mostram íngremes ao extremo e, então, seria impossível pra mim, sequer dar os primeiros passos.
Posso ainda olhar o ambiente ao meu redor. Se não consigo ver as formas microscópicas, ao menos, ainda enxergo a poeira e dá muito trabalho porque a poeira é incessante. Acredite, vi pessoas juntando poeira e fazendo uma espécie de escultura com as mesmas. Não sei se anti-alérgicas, mas ficou algo realmente belo.
Não tenho tempo pra me divertir como quero, mas ainda há tempo pra tirar a poeira pelo menos da cama. Bater os colchões, tirar a sujeira por baixo do tapete.
Está tudo em desordem, mas ainda posso definir um lugar pra cada amontoado de coisas sem classificação.
Tomar um banho. Sentir o sabonete e a espuma, o bater da água. Ainda que esta água não seja de límpidas cachoeiras. E por ser tão intenso o calor as águas já não refresquem como antes.
De repente, o mínimo que posso fazer, pelo menos, representa um início. Minha superação é tentar reiniciar toda vez que paro. Porque ao fim do dia eu creio ter vencido, porque não fiz alguma besteira incurável, a tristeza e os infortúnios que batem à porta do meu coração e do meu entendimento não fincaram em meu íntimo sua bandeiras territoriais. Ainda que por vezes, no meu desfalecimento, eu me entregue a um certo descontrole, porque não encontro uma saída para os meus próprios problemas.
Lembro-me, deste modo, do desespero sensorial e afetivo de Helen Keller (http://pt.wikipedia.org/wiki/Helen_Keller). De algum modo, quando não há comprensão, não há armas que dêem nome e sentido ao que se sente, quando nada mais é passível de definição, nossa alma fica cega, surda e muda, daí um descontrole estático e calado, como uma busca inconsciente por algo que é difícil nomear, mas presumo ser pela matéria-prima da individualidade.
Está difícil até respirar, e a complicada equação apenas um gênio poderia calcular.
Na melhor das hipóteses e verdades, não ter qualquer coragem também pode ser válido, porque assim sendo deixo-me ainda vivo, não me mato fisicamente. Não cometo suicídio, assim tenho uma real probabilidade de reiniciar a mesma coisa e, com a mesma matemática que originou, segundo raciocinam alguns dos mais brilhantes cérebros da humanidade, o Universo, uma revolucionária mudança pode acontecer para melhor no meu viver, dando origem a uma nova forma de vida.
Jackson Angelo

5 comentários

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    Uma Páscoa Muito Feliz
    Beijos

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  2. Beijokas........

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  3. Passei para ver as novidades... Desculpa-me o facto de não te comentar como devia. Abate-se sobre o corpo e a alma o cansaço esta semana .A falta de tempo também nao ajuda, no entanto tento sempre visitar os amigos da blogosfera que me acarinham e visitam. Beijinhos

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  4. Anônimo5:28 PM

    Olá Jackson,
    Após ter tido conhecimento do seu comentário ao meu poema no blogue da minha filha onde de vez em quando é publicado coisas minhas, nao podia deixar de lhe pedir a ela me deixar usar o seu pc e vir aqui agradecer quer as suas palavras, quer a forma como comentou e sobretudo o trabalho que teve na sua pesquisa sobre a questão que lá coloco relativamente ao que é a alma. Muito obrigado. Gostei muito do seu comentário.
    As definições que lá deixou são definições bíblicas, mas no meu entender é sempre muito dificil alguém definir realmente o que é a alma.
    Estou tentada a dizer que a alma não é mais do que a nossa própria mente, que transmite para o exterior do corpo todas as emoções que a visão capta e interioriza.
    Quando a nossa mete pára ou "morre", mesmo que a "Maquina" do corpo continue a trabalhar deixamos de poder transmitir tudo o que sentimos, no fim o que resta sem a mente é apenas matéria... tudo o mais deixa de existir, o sentir, a emoção, o transmitir...
    enfim...
    A mente é algo poderoso... difícil de compreender...um corpo sem mente, sem cérebro, apenas não passa de um corpo... agora se esta mente se transforma em algo diferente ou espiritual depois da morte... bem é um assunto que deixa muito que pensar e sobre muito o que escrever...
    Já me alonguei demais pelo que peço desculpa, afinal só vinha agradecer sua atenção, e sua simpatia e o comentário que gostei muito de ler.
    Beijo
    Odilia

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  5. Olá :)
    Passei para ler as novidades deixar um jinho e votos de boa semana :)
    Beijokas........

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