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Pensando um pouco no que é perfeito 1

terça-feira, 13 de julho de 2010

Falar do que é perfeito é falar do que não conheço. Falar de algo o qual não domino, apenas longemente posso tentar imaginar.
Quando falo de mim vejo minha imperfeição, incompletude e minha limitação para entender essa pequenez.
Quando vejo o voo magnífico de uma borboleta posso esquecer que um dia ela foi uma feia lagarta. Vendo esse voo esqueço de sua finitude. Procuro me sentir ali com ela a voar com em círculos e rodopios. Liberdade não é isso: se sentir solto, sem amarras?!
Mas, um dia as asas da borboleta caem e o seu corpo vira pó tal como será comigo.
Quando vejo a beleza ingênua e sem maldade de um bebezinho, posso esquecer de como é difícil cuidar de um novo ser: seu desconhecimento, suas manhas, sua falta de limites,. Tudo isso apenas compensado pelo amor de vê-lo dormir ou sorrir pra mim.
Ver suas mãos pequeninas tocando as minhas "calejadas". Vê-lo se acalmar na incompreensão das coisas que pra ele parecem tormentas. Quando seu querer indomável não sabe se converter em palavras e a paciência é algo que só cabe a mim nesse momento.
O que é egoistamente perfeito depende muito de como vejo as coisas. Perfeição seria fruto do meu poder de ter tudo de acordo com o que quero e acho correto. Por exemplo, posso achar que pra o mundo ser perfeito não deveriam existir baratas, escorpiões, vermes, e todo esse exército indesejável de seres. Posso ignorar, entretanto, que há outros animais que se alimentam deles, e esses insetos são perfeitamente o que estes animais precisam.
O que seria falar da esperança se não existisse o inaceitável e humano sofrimento? O que seria o final feliz sem as páginas escritas, reescritas, manchadas de suor, sangue e lágrimas?
Como é bom beber a água fresca quando já o calor castiga o corpo!
Como é bom encontrar o amigo fiel e companheiro quando "a solidão como dragão devora vorazmente o coração"!
 

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