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Dia de nada

segunda-feira, 19 de setembro de 2011


Pensei que posso tirar um dia só pra mim, mas um mim sem pesos de horários e compromissos. Sem ncessidade de dar bom dia, de sorrir para ser gentil, ou de encontrar uma resposta coerente para alguma ofensa. Ou de ser racional ou emocional. Hibernar-me da maior parte de minha história.
Pensei que posso tirar um dia de nada. Sem a procura por diversões, sem roubar a hora do meu sono.
Um dia sem pesos, sem contemplação do que fiz ou deixei de fazer. Sem buscar por silêncio ou por barulho, ou buscando tudo isso ao mesmo tempo. Não quero ditar... deixar o dia acontecer...
Dia sem leis para me moldar, sem a preocupação dos débitos, da política, da monitoração de informações por parte dos governos.
Não é que eu queira dizer que seja um dia para mandar tudo se danar. É um dia só pra mim mesmo, bem egoísta, bem como um bebê ao contrário, que abre os olhos e passa a desabsorver todas as informações que dia a dia foram entrando em sua cabeça e sua alma.


Dia de nada, dia de nada
Sem convenção de roupas, sapatos, relógio
Sem lembranças para forçar a memória
Sem diário para registrar coisa alguma
Afinal, é meu dia de nada
É meu dia de nada mais nada
Mais nada mais
Nada
As paredes mal pintadas nada vão esconder
O lado de fora da janela nem sei se vou olhar
O lado de dentro da alma pode até dormir
Se minhas mãos vão se mover não sei
Se meus pés vão correr não sei
Nada pra descobrir em mim ou em ninguém
Nem queixas nem reclamações nem dúvidas
Nada
Sem nada planejado
Ninguém para procurar
Apenas eu e nada mais
Nada
Meu dia de nada
Nada que force lágrimas, nada que me dê medo
Nada que me dê raiva, nada que me faça um ser com RG e CPF
Nenhum documento, nenhuma encomenda, nenhuma agenda
Nenhum governo, nenhum policial ou ladrão
Afinal, é meu dia de nada
É meu dia de nada mais nada
Mais nada mais
Nada


(Jackson Angelo, agora, agora, em 19/09/2011)


 

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