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Meu redemoinho

quarta-feira, 17 de novembro de 2010



Não sei o que eu quis dizer totalmente com esse texto, mas gostei dele.

Não achei ainda uma canção com as notas que falem do que sinto. Mas é tanta coisa que sinto, ao mesmo tempo, olho em tantas direções, escuto tantos barulhos, parece tudo tão desarmônico. Nem sei se tem como falar. É como se tivesse acabado a lógica do tempo e do espaço. Não me sinto em mim mesmo nem se esse momento é real. Prefiro tentar acreditar que é um sonho tentando invadir com suas confusões de alegria e dor o meu viver.
Não achei ainda um silêncio em que pudesse colocar meu pensamento e meditar em algo que me fizesse redescobrir a mim mesmo. Esse mim mesmo já parece tão bizarro. Vou acumulando tempos, histórias, repetições, justiças, transgressões e amores.
Várias vezes sou como uma estátua imóvel, mas estou deslizando em universos paralelos do coração. Não faz sentido. Às vezes abuso de querer fazer sentido. Navegando no desconhecido do mar do sem-sentido talvez encontre uma ideia que ainda faça sentido.
Talvez com os loucos possa aprender bem mais do que com os normais vestidos de túmulos, sem questionamento, sem ousadia, sem imaginação, sem querer sair do que torna a vida uma cadeira pra assistir as cenas de um filme sem graça, com final previsível, com alegria matemática.
Não achei ainda o homem, a mulher, o poeta, o idealista que revolucionasse de verdade minha cabeça e minha forma de ver e até de me cegar pro mundo.
Ainda não encontrei a estória, o filme, o livro que retratasse minha vida, meu coração. Que trouxesse pra mim mesmo os significados, os sentimentos que talvez como lava quente adormecida estejam esperando apenas uma chance de entrar em erupção.
Talvez, fico pensando, nem precise de muito, ou talvez muito menos do que eu chegue a imaginar... ou até de nada mesmo.
Há um redemoinho dentro de mim que me suga pra paisagens do passado e do futuro, me vejo enfrentando meus medos intensa e incessantemente. É esse mesmo redemoinho que me leva pra fora da guerras que tenho que travar.
Quando o sol bate sobre mim sinto seu calor. Quando a chuva cai sobre o telhado ouço sua música. Quando as estrelas estão no céu escuro sei que seu brilho vem de muito, muito longe. Quando sinto a água me envolver e deslizar sobre meu corpo sinto como este mundo foi feito pra ser agradável.
Não há confusão, apenas vontade de ser a própria natureza dentro de mim, com sol, com chuvas, furacões, areia movediça, com vento, com árvores, frutos, animais selvagens e mansos, com cores as mais diferentes, mistérios os mais diversos, um monte de fenômenos ainda sem explicação, fascinando a imaginação.

(Jackson Angelo)
 

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