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Chorar

domingo, 29 de junho de 2008

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Chorar pela própria vida quando ninguém parece chorar por ela. Pelas facas que lhe rasgaram o corpo, deixando-o sem movimento, sem riso, sem gesto, sem alegria por semanas. Chorar pelos rostos escuros e olhos indiferentes que trouxeram a certeza da sua própria solidão: "Estou só", diz o coração. A memória até procura um rosto, até compreende o momento, compreende as razões, os fatos, mas compreender não traz consolo.
Chorar pelos que se foram sem aviso, sem despedida, sem abraço, e que nunca mais estarão ao lado. Não há vídeo nem foto, nada lhes traz de volta. Uma tempestade de areia encobriu os jardins, transformando as plantas, suas cores, formas, flores e cheiros em deserto árido e aflito.
Chorar pelos muitos que lhe perseguiram, que queriam comer viva sua carne e compartilhá-la com urubus, leões e crocodilos famintos. Que queriam sentir o aroma do teu sangue ecoando no vento como troféu de vitória pessoal.
Quantas vezes seu grito de desespero, no sofrimento vil e forjado, serviriam de espetáculo?!
Chorar pela face triste que tantas vezes manchou o teu espelho.
Batalhas ganhas ou perdidas, em todas elas feridas dolorosas no coração.
Chorar porque talvez tudo indique que você não chegou a lugar nenhum. Andou, correu em círculos. O que plantou virou cinza.
Chorar escondido, baixinho, meio sem esperança ou desiludido.
Chorar porque por mais que queira não entende Deus, não consegue entender o desprezo de Deus, o silêncio sufocante de Deus. Parece que ele não se comove, que não se move, que não é o mesmo que falam, que reivindicam, a quem recorrem.
Chorar pelos sonhos projetados para uma juventude que passou. Por problemas que nunca imaginou enfrentar, nem que fossem tão demorados, tão angustiantes.
A fé vencedora foi vencida!!?
Chorar porque não houve um que não quisesse ser teu juiz. Que não quisesse arrancar uma parte de tua pele, que não quisesse deixar uma marca de desprezo e desamor.
Por doenças que aconteceram e estão acontecendo. Por dores muito fortes que são reais, diferentes da felicidade inabalável tão proclamada em teus ouvidos.
O desânimo, o temor, a lamúria, uma profunda tristeza, vontade de desistir de viver e de tudo o mais.
Ah! Fornalha da aflição!
O momento é de dor mesmo, não há anjos flutuando, não há visões de fogo sobre a porta, não há um brilho intenso na bíblia, não há um hino que faça chover fogo do céu, um cantor que ligue pra você agora.
A imaginação não consegue mais funcionar e não vê mais solução para nada.
Esse momento vai passar, esse choro vai cessar.Você sabe que foi Deus quem disse isso tempos atrás, e sabe que passarão os céus e a terra, mas certamente o que Deus fala se cumpre.

Obs.: texto feito para um amigo meu, baseado no momento que ele tá passando.
 

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