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Jejum de palavras

segunda-feira, 20 de março de 2006

Neste mundo verbalista, tentar compreender o silêncio, meditar sobre tudo o que é dito e, principalmente, no não dito, é um passo a mais na busca por uma convivência mais pacífica conosco mesmo e com os outros. Só uma palavrinha a menos, e um incêndio pode ser evitado. Um segundinho a mais pra medir o que está saindo de dentro do coração. Cada palavra é um parto: será um míssil? um urubu? um beija-flor, um favo de mel? Uma mosca? Um piolho? Uma cobra ou escorpião? Para qual lente o coração está trabalhando? Que música há em nosso coração agora? Que música toca entre um pai e um filho, entre um irmão e outro, com aquele insuportável ser que trabalha, estuda, convive com outro? Jejuar palavras é jejuar do eu, desinchá-lo, é deixar o amor nos ensinar a silenciar, é deixar o Verbo falar para nós. O amor vê as coisas de modo diferente, por ângulos que nossa consciência talvez ainda não tenha se dado conta. Há mais no não-dito do que no dito. Aprender o que o silêncio esconde em si mesmo, onde ele está no que as pessoas falam, como ele mascara e oculta os receios e medos, os ascos. Só uma palavrinha a menos e tudo estará seguro, um segundinho a mais antes do veneno. E estará garantido o banquete da amizade, da paz, da continuação de um bom relacionamento. Só um segundinho a mais, só uma palavrinha a menos...
 

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