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domingo, 19 de maio de 2024

Asas de Identidade - um texto sobre busca de identidade e aquela vontade imensa de voar

 



O texto "Metamorfose de Liberdade" é uma analogia poética que compara a experiência de uma borboleta em uma aula para abelhas com a sensação de alguém que não está vivendo sua verdadeira vida. A belhinha, triste e deslocada, aprende coisas que não têm a ver com sua essência, desejando apenas voar livremente. Enquanto as abelhas trabalham e seguem uma rotina rígida, a belhinha sonha com liberdade e transformação. Ela questiona sua identidade e sua incapacidade de se encaixar nesse ambiente. A borboleta, observando a belhinha, reflete sobre sua própria vontade de voar e ser livre, destacando o contraste entre o voo de obrigação das abelhas e o voo de descoberta e liberdade da borboleta. O texto aborda temas de identidade, liberdade, e a busca por um lugar onde se possa ser plenamente autêntico.

Sou uma borboleta numa aula para abelhas. A Belhinha, minha melhor e única amiga, está triste, e sua tristeza reverbera em mim. Ela não deveria estar ali, assim como eu. Ela está aprendendo algo que nada tem a ver com sua essência, com seu desejo profundo de apenas voar. Todos ao redor parecem felizes, mas ela, ela está perdida.

Enquanto as abelhas trabalham incansavelmente, lutam, tratam do pólen, a Belhinha sonha em voar sem rumo, sentir o vento nas asas e se deixar levar pela brisa. Ela não quer a rigidez do trabalho incessante, da rotina inquebrável. Ela quer viver as fases da vida, como eu, uma borboleta, que se transforma e renasce.

A vida das abelhas é ordenada, estruturada, cada uma com seu papel definido. Mas a Belhinha, assim como eu, não se encaixa nesse molde. Ela questiona sua identidade, sua verdadeira natureza. Por que não posso ser como as outras? Por que não consigo encontrar satisfação em tratar do pólen, em seguir o ritmo frenético das abelhas?

Minha vontade de voar nunca passa, mesmo estando cercada por seres que também voam. Mas o voo delas é diferente. É um voo de dever, de obrigação. O meu é um voo de liberdade, de descoberta. As flores e o pólen estão presentes em nossas vidas, mas para mim, eles são apenas parte do cenário, não a razão de existir.

Eu, Borboleta, me vejo refletida na Belhinha. A propósito, me chamo Letinha. Ambas presas em um ambiente que não nos pertence, tentando nos moldar a expectativas que não se alinham com nossa essência. Pergunto-me quem sou, e a resposta parece estar sempre no voo, no desejo insaciável de ser livre, de encontrar meu próprio caminho.

Assim, continuo voando, buscando minha identidade, meu lugar no mundo. Não para trabalhar, lutar ou seguir regras, mas para ser, simplesmente ser. Viver minhas transformações, abraçar minhas fases, e, quem sabe, um dia, encontrar um jardim onde possa ser plenamente eu mesma, sem restrições, sem amarras.

(Jackson Angelo)

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