No atual cenário digital, marcado pela rápida disseminação de informações por meio de vídeos curtos, palavras abreviadas e a prevalência de emojis, surge um apelo urgente: a necessidade de retomarmos a arte de escutar com calma e atenção. É imperativo que nos esforcemos para compreender verdadeiramente as mensagens que as pessoas tentam nos transmitir, reconhecendo tanto o seu conteúdo explícito quanto as nuances subjacentes que requerem uma escuta ativa e reflexiva.
Este chamado envolve o que é dito e se estende ao que ainda precisa ser aprendido. A era dos "short vídeos" e da comunicação instantânea, embora útil, não deve ser a única forma de interação. Precisamos redescobrir o valor da comunicação profunda e significativa, que vai além de palavras e símbolos simplificados. Isso implica um mergulho mais profundo em nossos processos cognitivos, utilizando "alguns neurônios a mais", para formar, associar e questionar ideias, em vez de simplesmente aceitar informações "ultraprocessadas" que são facilmente digeríveis, mas frequentemente superficiais.
A complexidade do conhecimento humano e da experiência não pode ser reduzida a resumos ou digerida através de conteúdos simplificados compartilhados em redes sociais. Abordagens superficiais à educação, como tentar compreender conceitos complexos como infectologia por meio de vídeos e imagens simplificados, são insuficientes. A verdadeira compreensão exige imersão, reflexão e análise crítica, elementos que estão se tornando cada vez mais raros em nossa "zuckerberguização" da comunicação, um termo que critica a simplificação excessiva da interação humana nas plataformas sociais digitais, dominadas em sua maioria pela empresa Meta, proprietária do WhatsApp, Facebook e Instagram.
Além disso, é crucial lembrarmos que a Terra é um planeta habitado por seres humanos e inúmeras outras espécies, e não um mero palco digital filtrado e modificado por "químicas digitais e ideológicas". A realidade vai além das interfaces simplificadas de "Siris" e "Alexas". Esse reconhecimento nos desafia a repensar e a reavaliar as formas como nos comunicamos e interagimos com o mundo ao nosso redor, buscando uma comunicação mais autêntica, profunda e enriquecedora.
Portanto, o convite é para uma reflexão sobre a importância de revitalizar nossas habilidades de comunicação em uma era dominada pela tecnologia, reconhecendo a necessidade de interações mais humanas e substanciais, que respeitem a complexidade do conhecimento e da experiência humana.
Jackson Angelo
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