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domingo, 20 de setembro de 2009

Meus erros e meus acertos

Eu sempre achei que os erros são parte do caminho do aprendizado. Até na Pedagogia se estuda isso: quando as crianças estão aprendendo a ler e escrever há erros naturais que não devem ser interpretados amaldiçoadamente como erros, mas como etapas naturais do aprendizado.
Então, o importante é aprender a não errar com o erro (meu ou de outra pessoa), a interpretá-lo bem.
Tem lições na vida que são dificílimas, exigem muito de nós, e de qualquer pessoa. Principalmente quando evidenciam uma necessidade de mudar as atitudes, mudar a forma de pensar, de agir, de falar. Afinal, quem parece se esforçar pra isso?!? Quem consegue acertar todo instante? Como lidamos com pessoas, a mesma coisa que dizemos a um pode não ser bem interpretada e recebida por outra.
Tantas vezes podemos nos pegar diversos, diferentes do que somos ou de como costumamos nos avaliar. Tem dias em que estamos mais próximos e com cabeça fria, noutros estamos distantes e nada suportamos ouvir.
Acho que na vida tem muito disso. Temos que tomar decisões quase todo dia, algumas leves, outras que podem mudar dramaticamente pra melhor ou pior nossa vida e das pessoas. Muitas vezes até a buscada sinceridade e expressão da verdade podem não ser a melhor opção em certo instante. Existe o tempo certo, o modo certo de falar, de expressar, de fazer alguém entender. Assim como também temos sempre que ouvir o outro pra poder clarear nosso entendimento.
Tanta gente só desenvolve cuidado com o fogo após ser queimado. Só aprende a valorizar o remédio amargo quando vê que ele nos alivia a dor. E quando reconhece que essa dor é insuportável.
O que não pode ficar com o erro é a culpa que atrasa o viver, que amarga, que repete todo instante acusações: você errou. Sentir-se culpado por conta de um erro, principalmente quando suas consequências são dolorosas, é natural. Isso significa que temos uma consciência e um coração sensível, que ainda consegue entender as coisas, que deseja o melhor pra si mesmo e pras pessoas. O doentio é cada dia existir a mesma cobrança pelo mesmo erro. A vida parou ali. A cabeça da pessoa parou ali naquele instante e aquele instante passou a reger toda sua vida.
Já passei por isso. Mas fazer o que? Se errei, errei. Tenho que fazer por onde me consertar, arcar com as consequências e fazer o possível pra aprender a ter controle sobre o que me leva ao erro.
Não vou me culpar de modo doentio. Nem vou permitir que me apouquem pro resto da minha vida. Isso significaria sofrer de modo interminável.
Então, creio que a melhor opção é que o nosso coração se proponha a melhorar, a reagir de modo positivo, lamentando até certo ponto, mas sem culpa doentia. O tempo passou e vai continuar passando; a nossa vida, que é o que temos de mais precioso, vai passar também e ela precisa estar em nossas mãos. Se somos bilhões, somos bilhões de pessoas que sofremos agonias, angústias, tentações, que falamos palavras ríspidas, que por conta de vários desvarios e desatenção pensamos errado, agimos de modo errado, julgamos mal, tomamos o ônibus errado pra uma cidade errada. Mas peraí! Ainda podemos descer desse ônibus errado e voltar pro caminho certo. A vida está aqui, ali, no olho, no vento, nas árvores. Dentro de mim e de você.
Somos bilhões que poderemos ter perdido os pais e mães, e até morrer antes deles; poderemos ter perdido os melhores amigos, algum membro do corpo e daqui a pouco menos de cem anos nem nós mesmos existiremos mais. De certa forma, essa realidade pode entristecer, mas temos que aceitar essa nossa limitação temporal. Temos um tempo determinado aqui. Eu mesmo morro de pavor de perder a vida. Acho um espetáculo quando o sol nasce, quando o calor invade destemido meu corpo. Consegue ouvir as ondas? As águas do mar convidativas nos chamam pra brincar com elas!
Mas aqui é tudo passageiro. Então, não se culpe tanto pelos erros, pelo que não realizou, pelo que talvez, na nossa cabeça, nunca mais seja possível. É preciso alimentar novos sonhos, novas amizades, investir em nosso caminho de modo que ele seja alegre ou o mais leve possível de modo que possamos tocar nosso barco adiante sem cair demais, nessa jornada laboriosa e árdua que é a vida.

Um comentário:

  1. Oi meu amigo, fiquei muito feliz que tenha gostado do texto. Acho que já posso chamar assim uma pessoa que é muito parecida comigo. Lembra que eu te falei outro dia que tu escrevia, muitas vezes, o que eu tinha vontade de dizer? Pois é. Até parece que hoje nós dois lemos a mente um um outro. Falamos da mesma coisa e com muita verdade. Expomos aquilo que está dentro e é disso que somos feitos.
    Abçs
    Rosani

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