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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Meu escape

Me fiz de idiota pra não aderir à lei da tua inteligência
Me fiz de sem-teto pra não me abrigar no teu castelo
Me fiz de surdo pra não ouvir a tua voz de fiscal
Tua voz de juiz, de polícia, bandido, auto-divindade
Voz absoluta, soando qual trovão, como trombeta de guerra.
Pra escapar de todas as tuas mentiras
Pra não ouvir tantos aplausos equivocados de mãos inocentes
Me condenei à miséria pra não comer dos teus jantares pútridos
Me fiz de cego pra não ver tua heroificação
Porque conhecia toda tua fome por morte e desespero
Pra não ouvir tuas gargalhadas altissonantes, sempre rindo de quem manipula
Me fiz de "nunca mais" pra escapar dessa tua promessa de eternidade e grandeza
Ou meus dias seriam todos iguais e a morte me consumiria cada segundo
Até que findasse a última gota de mim mesmo
Em um oceano sem vida
Me fiz de óleo pra não me juntar com tuas fontes de água suja
Me fiz de ébrio, drogado, louco, pra você me ter abaixo do desprezível
Pra me desprezar ainda mais por não ser alguém que mereça crédito
Assim escapei de tuas mãos

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