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Faça charges de si mesmo

sábado, 11 de março de 2006

Esta imagem foi recentemente veiculada na minha página inicial de Orkut. Eu não imaginei que ela teria tamanho impacto no imaginário e nas opiniões das pessoas que me conhecem e de tantos desconhecidos. Certamente, o nome LOST contou bastante por causa do sucesso da série exibida em vários canais pelo mundo, cujos episódios se multiplicam em torrents na Internet. Quando eu bati a foto, (sou eu mesmo nela, não entendo porque quem me conhece não percebeu este fato tolo), era de manhã, e estava à toa no quintal da casa de meu irmão. Quis apenas me ver de um certo perfil. E tirei toda saturação com o Photoshop, apliquei uma luz para dar o efeito de um olho ao redor da mesma. E o nome foi sintomático: LOST. Interrogado por uma simpática orkutiana, que dizia adorar a série, respondi que não pensei na série de TV, mas em uma série de eventos que ocorrem em nossas vidas , quando nos sentimos meio perdidos, em meio a monstrinhos e monstrões, contudo querendo achar o caminho de volta pra casa. Esse excesso de luz, esse olhar pro alto representaria a fé numa solução. O círculo ao redor, um olhar, talvez do próprio Deus, indicando que não estamos sozinhos. Ou o olhar do próprio monstro do qual fugimos ou tentamos desesperadamente nos esconder. Ou nosso próprio olho, numa avaliação do nosso momento. Nós estamos nos vendo. De que ângulo, de que modo, não sei. Alguém até comentou: Por que você está tão PALHAÇO na foto? Sei que ela não tinha interesse algum em saber, apelei pro bom senso mínimo pelo menos de interpretação da montagem. Ela ficou muito agradecida. Outros não creram, chegando a pensar que era uma foto catada no Google. Outro, disse que não parecia eu de jeito nenhum, mas olhando bem, era eu. Outro, que me deixou magro. Tanta gente se sentiu na missão de emitir uma avaliação própria. É claro que dei o devido valor a cada uma. E por aí vai.
Quer saber, seja criativo, se quiser. Se não quiser, que o seja. O importante é viver, criar, tentar ser ou fazer algo que lhe deixe mais feliz, realizado. Não deixe que nenhuma amargura lhe abata a alma. Lembre-se daqueles chargistas. O importante não é passar em branco ou em preto, ser notado ou não ser notado. Mas, ser, pensar, existir. Faça de cada momento um momento rico de significado. Vá dormir se tiver sono. Preocupe-se o menos possível com coisas em importância. É estressantemente inútil tentar compreender todas as pessoas. Eu vou fazer charges de mim mesmo. Isto eu sei que ainda posso. Meu mundo ainda é meu. E eu não vou me embrutecer.

Representação de um Duelo

Esta imagem foi a primeira que postei em meu álbum no Orkut. Ela representa uma transformação de forças opostas: a eterna rivalidade e até coabitação do bem e do mal. Esta transformação quase sempre possui duas direções opostas que podem também ser simultâneas. Representa como podemos estar aderindo a um senso de justiça extremamente justo e podendo até ser prejudicial pelo excesso. Representa como podemos querer avaliar a maldade alheia e como nos esquecemos que este julgamento pode estar sendo outra maldade, primeiro pro nosso próprio eu, porque significa que teríamos um pretenso moral e cetro para tal, e também pra aquele a quem estamos julgando. Quando executamos a justiça devemos ter muito critério, muita calma e até sermos piedosos, olhando pra dentro de nosso próprio eu. Se formos a ferro e fogo todo instante, poderemos terminar sozinhos e vermos que seria melhor silenciar em algum instante, esperar o melhor momento e o melhor modo de expressar um juízo. Podemos terminar contribuindo para a ruína de uma vida, de um alguém que poderia até mudar. Nós mesmos não mudamos em nossas expectativas e pontos de vista? Querendo ser por demais brancos, podemos nos escurecer. Querendo ser por demais maus, entrando por este caminho, esquecemos que temos coração. Uma vez esquecida, morta nossa piedade já não somos mais seres humanos. Lembro-me de uma professora da UFPB, chamada Lourdinha, que falou certa vez de seu encantamento por uma já tradicional caminhada pela Paz. E poucos dias depois, lá estava ela, me chamando atenção na frente de toda uma classe universitária, pedindo para que eu fizesse todo mundo rir e asseverando que estavam todos esperando para rir também. Certo, eu posso tê-la perturbado com um sorriso, mas eu sempre a respeitei e procurei suportar seu constante mau gosto no humor. Chegava sempre atrasada e lia e-mails que todo mundo já tinha recebido cópias, achando que os mesmo eram novidades e preencheria algum sentido na aula, talvez até na sua posição ali. Mas, pensei, a caminhada pela paz não é física, não é um monte de gente de mãos dadas, usando cores brancas. Pode ser fugindo da nossa própria natureza agressiva e sem humildade. A caminhada pela paz é por dentro dos corações, quando alcançamos um equilíbrio de ações e palavas que visem sempre a respeitar integralmente quem nos cerca, o local em que vivemos, tudo que está à nossa volta. Sem precisar de bandeiras e alardes, sem ostentação. Eu não tive palavras, tal a brutalidade da cena. Desprezei, mas me chama atenção tudo o que é paradoxal. E me alegrei de saber que meus sorrisos não dependiam daquele momento. Então , me lembrei daqueles que me amam e que me suportariam. E que ainda me suportam. Mas é uma luta, estas forças batalham contra nosso poder de raciocinar.
 

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