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Deixe o vento forte passar

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Quem trabalha ou o faz porque gosta ou porque precisa de verdade. Mas, há um contexto maior em tudo o que fazemos, que é a dignidade. Independente se somos forçados pela nossa necessidade a fazer, ou se o trabalho corresponde a uma paixão incontrolável de fazer algo em que temos todo sentimento de realização.
Ocorre que nem sempre as pessoas estão dispostas a ver e valorizar essa dignidade com que nos portamos naquilo que fazemos.
Imagine quando estamos dando o nosso melhor, quando estamos concluindo uma tarefa ou muitas tarefas pra lá de cansativas e aparece alguém que com uma palavra tira toda motivação. Uma palavrinha só pode colocar tanta coisa a perder. A cabeça se questiona: "já que o discurso é a partir de um erro, avaliar todo o trabalho e tudo que se processa nele por conta do tremendo peso que se dá muitas vezes a um erro besta, natural, pra que se esforçar mais? Pra que dar o melhor? Pra que se o que prevalece é a ideia negativa? Principalmente quando essa avaliação vem do seu chefe, que muitas vezes nem fala que compreende as dificuldades que você passa no setor, que não tá nem aí se algumas palavras ríspidas vão lhe doer ou não. Afinal, pode pensar ele: "Eu sou o chefe!". Essa atitude independe de filosofia, credo, religião, formação acadêmica, leituras ou falta de leituras. Grosseria e insensibilidade são qualidades impregnadas em muitas personalidades, de tal modo que nem podem reconhecer essa realidade como tal. Para eles é normal usar as palavras vazias de humanidade, já que um outro ser humano para eles passa a ser uma mera existência, tal qual um relógio programado para girar 24 horas por dia, obedecendo aos ditames de segundos, minutos, horas e dias.
Responder muitas vezes pode representar cortarem sua cabeça. Claro que se fôssemos ricos e não dependêssemos dessas relações de subserviência talvez ficássemos iguais a esses chefes e chefões: insensíveis, falando o que quiser, do modo que quiser, aproveitando toda oportunidade para fazer visível o desprezo, frivolidade e antipatia com uma pessoa. Eu prefiro acreditar na dignidade, na minha dignidade.
Cada um dá o que tem. Não posso deixar, na minha opinião, que a insensibilidade e o ato de agir em relação a outro ser humano fique desprovido de empatia. Lembra-me de uma cena da saga Guerra nas Estrelas em que um jovem guerreiro (Skywalker) luta com o seu principal inimigo (Darth Vader) e a forma deste inimigo começa a fazer parte do jovem guerreiro também.
Ao invés de haver um reconhecimento em algum dia pelo esforço sincero depreendido, já que muitas vezes o salário nem de longe justifica nada, a palavra descuidada, se é que foi tão descuidada assim, começa a fazer seus efeitos. Primeiro, assustam, depois angustiam, daqui a pouco escravizam a cabeça e o coração. Se não há reconhecimento nem modos de considerar, por que é tão fácil machucar? Tornar pequeno e desvalorizar seu trabalho ou ter uma crítica de desdém em relação ao seu modo de agir e pensar?
A dignidade, a sensação, a certeza de estar agindo com o melhor propósito começam a ser capturadas pela indignação, pela vontade de dar o fora, de nem ligar para o que está sendo feito. Se o importante é o erro, que o erro prepondere então. Não é o erro o principal critério de avaliação, ainda que seja mínimo?
Creio que seja preciso lutar contra essa força, porque ela vem mesmo. É preciso deixar o vento da incerteza, da revolta, da raiva fulminante, do instante em que a faca entrou profundamente e vozes de todo tipo de guerra e luta convidam para um embate acirrado, destrutivo.
Muitas vezes é mais inteligente deixar o vento passar... assim, não ficamos iguais ao que nos agride.

3 comentários

  1. Reflexão muito pertinente e profunda! Abraço!!!

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  2. Jackson. Isto que vc descreveu parece bem mundo corporativo. Nada justifica maus chefes, gente que que não pratica reconhecimento de valor, respeito à qualidade daquelels que fazem um trabalho detalhado e cuidadoso, gente mau educada que acha que beleza, contemplação, educação é para tolos e sensíveis. É difícil aprender a se posicionar de forma firme contra estes maus comportamentos. Aos poucos você conseguirá responder à altura sem necessariamente ser punido. Para mim passou a funcionar muito bem depois que eu passei a encarar qualquer situação de trabalho e renda como passível de mudança (passageira) e principalmente passível de ser mudada por mim e não contra mim. Um abraço. Beatriz

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  3. Oi Jackson gostaria de saber como faço aquelas montagens para colocar na caneca , faz uma de natal ? Bjos crika

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