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Contradição, a doce melodia da existência - transitando entre a alegria e o desespero, a calma e a tempestade, a vida e a morte

terça-feira, 2 de abril de 2024

Um poeta segurando seu bebê-poesia

Uma poesia como um retrato vibrante das minhas emoções naquele irretornável instante. Como tudo que é humano, pode envolver certa complexidade e mesmo na feiúra e no meio dos destroços encontrar algum traço de beleza. A poesia transita entre a alegria e o desespero, a calma e a tempestade, a vida e a morte... pode-se imaginar uma viagem que nunca terá fim: uma nova morte após a morte da vida após a vida.
Não ofereço respostas neste instante em que a poesia enquanto embrião se tornava algo próximo de um ser (obviamente também um não-ser), não há absolutismo de ideias e conceitos, tudo está relativizado.
As palavras não vão nunca compor um texto com o corpo tradicional de ter início, meio e fim, muito menos tornar-se-á um livro. O livro é o que se vive, o que se sente.
Parece que cada linha foi cuidadosamente ou até sem cuidado algum escolhida (ou talvez escorregou, escapuliu como sangue das veias da alma) para capturar a dualidade tão comum da experiência humana, usando o coração como metáfora para nossa capacidade de sentir em níveis desproporcionais de profundidade, largura e sob domínio da "desmatematização", para o bem ou para o mal. Sim, é dual, é duelista, é contraditória...

A luz do sol beija a manhã, despertando o mundo com um sorriso que promete novos começos. No entanto, há uma beleza escondida na complexidade das sombras que seguem cada passo que damos; é nesta dança entre luz e sombra que a poesia nasce. Aqui, apresento um mergulho na essência do coração humano, um balão flutuando entre as nuvens de emoções que pintam nossos dias com as cores do arco-íris e as tonalidades do crepúsculo. É um convite para sentir, viver, amar, e, às vezes, simplesmente existir, na tumultuada viagem que chamamos de vida.

Meu coração... balão,
flutua na brisa da paixão,
Terra de erosão,
onde sentimentos entrelaçam contradição.

Esperança, alegria e desespero,
um carrossel que gira sem esperar,
Meu coração... mutação,
em cada batida, um novo lugar.

Som, silêncio, explosão,
o eco da nossa própria criação,
Formando um universo,
perdido na vastidão do verso.

Meu coração... simples,
um enigma envolto em mistério,
Absurdo, desconexo, confuso,
vivendo num eterno delírio.

Vivendo por viver,
Batendo por bater,
com amor, um voto de viver,
Me tirando o fôlego,
em cada momento, um novo recomeço.

Onda, raio, trovão,
um espetáculo da natureza no coração,
Pisca-pisca, ilusão,
levado pelo vento da emoção.

Brisa doce que me envolve,
no altar da vida e da morte,
Meu coração...
um viajante entre o sul e o norte.

Vai e vem,
Sai e entra,
num ciclo sem fim de reencontrar-se,
Me desfaz, me refaz,
uma constante reinvenção.

Contradição,
a doce melodia da existência,
Sua voz: ouvir ou não?
Sua força: usar ou não?
desafios lançados à própria consciência.

Odiado, mas também invejado pela razão,
Meu coração...
uma ode à eterna busca pela compreensão.

(Jackson Angelo, 15/02/2010; revisitado em 02/04/2024)

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