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Os cálculos do coração

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Sempre que escrevo algo importante para alguém, seja por e-mail, cartão, convite, etc., fico pedindo para Deus orientar e direcionar meu coração, principalmente quando envolve um assunto que nem gostaria de estar discutindo.
Em alguns momentos, parece que não ouço a Deus, mesmo pedindo, pedindo. Reescrevo, reescrevo. Se uso de muita sinceridade posso até machucar. Se essa sinceridade se volta pra minha própria alma, o tom de voz parece muda tão rapidinho. Se tiver falta de informações, de dados gera imprecisão. Se silencio desmedidamente posso estar praticando ato pior do que a mentira.
A professora que é a vida vai nos dando chances de medir de modo correto as palavras e como usar direitinho a balança. Chances que muitas vezes nem aproveitamos e, por outro lado, o coração pode se dar ao direito de esquecer essa preciosa lição.
A responsabilidade de conduzir os relacionamentos recai muito sobre o que e como a gente fala e no modo como se ouve também. Porque a interpretação muda demais de uma pessoa para outra. De tal modo, que mesmo ouvindo a mesma coisa, os cálculos feitos por diferentes corações apresentam diferentes resultados.
Ah! Esse meu coração que teima em ocupar os ouvidos da minha alma com seus raciocínios! Que tem medo de ser ver como egoísta!! E tem aversão ao egoísmo alheio. Que faz questão de anotar e registrar toda culpa das pessoas e esquece facilmente das suas (isso se e quando as enxergar). Que nunca vê motivos que movam suas mãos e lábios para agradecer, mas para reclamar basta pouco.
Porque há cálculos que o coração faz cujos resultados podem não ser bons. Quando começam os cálculos do coração? Assim que vemos alguém esse processo começa: medimos sua roupa, seu falar, seu dinheiro, sua educação, etc. O coração possui os seus muitos critérios de exclusão e inclusão, positivo e negativo, normal e anormal, por aí vai.
Se fala muito certinho, ele quer ser o tal, quer aparecer, ele "se acha". Se errar muito, é motivo de piada no Orkut, em sites que exploram erros, mas não são nenhum exemplo de produção textual. O coração tá sempre calculando, calculando, calculando.
Às vezes o coração soma demais quando deveria diminuir, multiplica coisas que deveria dividir, diminui tenebrosamente o que ainda está faltando.
Os resultados podem ser numericamente fiéis aos nossos olhos, mas não refletem a realidade da justiça que precisa ser real, que precisa acontecer conosco e com as pessoas ao nosso redor. A justiça que desejamos que aconteça em nossa vida não acontece e ficamos insatisfeitos. A justiça da qual muitos vivem famintos e sedentos esperando a vida inteira também não acontece. O coração pode nos levar a julgar injustamente, a duvidar sempre e pensar mal das pessoas. Em vez de contribuirmos para a realização da justiça, estamos colocando fortes e pesados impedimentos. Ao invés de estender a ponte para alguém atravessar e chegar ao seu destino, jogamos bombas nele, retiramos toda sustentação dessa ponte.
Porque o coração pode estar utilizando para seus cálculos uma balança que pode ser duvidosa e infiel.
Os resultados podem até parecer justos, mas é tudo engano provocado pelo coração.

(Jackson Angelo)

Um comentário

  1. Nossa, amei esse texto! Tô levando ele pro meu blog, tá?
    Um bjão no seu coração!

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