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Subcultura gótica - conceitos, histórico e imagens

sexta-feira, 31 de julho de 2009


A subcultura gótica (chamada de Dark no início dos anos oitenta apenas no Brasil) é uma subcultura contemporânea presente em muitos países. Teve início no Reino Unido durante o final da década de 1970 e início da década de 1980, derivado também do gênero pós-punk. A subcultura gótica abrange um estilo de vida, estando a ela associados, principalmente, gostos musicais dos anos 80 até o presente (darkwave/gothic rock, death rock, trip hop, ebm, synthpop, indie, industrial, etc.), estética (visual, "moda", vestuário, etc) com maquilhagem e penteados alternativos (cabelos coloridos, desfiados, desarrumados) e uma certa "bagagem" filosófica. A música se volta para temas que glamorizam a decadência, o niilismo, o hedonismo e o lado sombrio. A estética sombria traduz-se em vários estilos de vestuário, desde death rock, punk, andrógino, renascentista e vitoriano, ou combinações dos anteriores, essencialmente baseados no negro, muitas vezes com adições coloridas e cheias de acessórios baseadas em filmes futuristas no caso dos cyber goths.

Foi taxada do "movimento cultural" devido ao princípio de que tal visão e comportamento são um protesto acerca da ambientação dada na época em que se iniciou, isto é, uma alienação que afirmava uma evolução e liberdade que, em verdade, eram insuficientes (ou até inverossímeis), e contra a qual a descrença deveria ser usada como denúncia. Apesar de simplista, esta explicação define o pensamento ideal da maioria dos que afirmam pertencer a este grupo. De qualquer modo, o mundo não parece ter mudado muito, e a subcultura continuou a evoluir cada vez mais podendo basear-se ainda nesse formato.

Mas quanto ao fato de seus integrantes usarem o termo subcultura, ao invés de cultura, para designá-lo, é dada a explicação de que esse estilo é uma invenção (não também uma reinvenção), não uma renovação, ou seja, ele se criou firmado em várias raízes paralelas e não visa renovar a cultura de massa, nem, tampouco, se opor a esta (isso seria ainda uma contracultura, não uma renovação). Sendo assim, o estilo gótico do qual estamos falando pode ser tomado como algo anexo do que todos pensam, já que não é uma evolução da cultura original, nem mesmo evolução de qualquer coisa outrora nomeada sobre o mesmo termo.

O termo gótico na subcultura

O termo gótico (do alemão: goth ou inglês gothic) foi usado através dos séculos sob vários significados, às vezes sem ligação alguma. Em algum momento histórico ele pode ter designado certo povo bárbaro que veio a invadir o império romano, mas não devemos nos apegar a isso para não confundir o leitor, pois com o passar do tempo, o termo ganhou significados diferentes. A palavra agrega sentidos que lembram: vitoriano, medieval, onírico, sombrio, assustador, fantasmagórico, macabro, amedrontador, etc.

O uso do termo 'gótico', desvinculado de seu significado original, surgiu quase que ironicamente, no início da década de 80. A mídia de massa ao entrevistar integrantes das diversas bandas relacionadas à subcultura que começava a surgir, como seria classificada a atmosfera de suas músicas, por vezes recebia respostas semelhantes a: 'de temática sombria e soturna, 'gótica. Na metade da década de 80 o estilo já havia se disseminado por vários outros países (incluindo o Brasil) e o termo acabou por ir junto com ele e até hoje é usado para denominar a subcultura.

O uso do termo "gótico" na História

Desde a década de 90 a subcultura começou a sofrer de algumas distorções por parte de enganos frequentes como o de que o termo gótico sempre esteve ligado através da história e, portanto os góticos de hoje seriam legítimos descendentes dos visigodos, godos, ostrogodos, entre outros.

Que esses mesmo teriam iniciado o estilo arquitectónico de construções sacras e também a literatura, quando na verdade as catedrais góticas só começaram a ser construídas no século XI e nem sequer se recebiam esse nome na época em que foram instauradas como arte sacra, pois expressavam a ideologia e estética da igreja católica na época.

Os renascentistas e iluministas, que se opunham à ideologia católica da época medieval, as chamaram, pejorativamente, “Góticas” muito depois, justamente como critica. Na época de sua construção eram chamadas "opus francigenarum"(arte francesa). Quanto aos bárbaros "Godos", que invadiram o império romano, foi um acontecimento dado por volta do século V, logo se vê então que são mais de cinco séculos de diferença histórica cultural, o que já havia feito uma diluição da cultura dos godos na Europa.

Do marco da construção das catedrais góticas (Do século XI até XIV) até a época em que surgiu um movimento literário chamado gótico e outro chamado romantismo (Século XVIII para XIX) já haviam se passados mais outros tantos séculos de diferença cultural e, portanto, a imagem de Gótico foi estabelecida como sombrio, fantasmagórico, misterioso, para criticar aqueles que tinham criticado o fim da Idade Média. O que era um nome pejorativo passou a ser um nome designador de uma estética “legal”. Terminamos assim de falar do sentido da palavra através do tempo sem ligá-la totalmente à subcultura e mostrar que até esse ponto os góticos da cultura iniciada na década de 80 não são descendentes dos Góticos dos séculos passados de forma alguma, pois nem sequer eles mesmos tiveram alguma ligação através de suas épocas. A ligação dos góticos contemporâneos com os antigos movimentos artísticos assim intitulados está nas músicas e na estética de forma indirecta. Pra começar, a subcultura gótica não possui literatura própria, mas existem vários estilos literários apreciados por seus integrantes, entre eles, no Romance Gótico (Walpole, Mary Shelley, etc), Romantismo (William Blake, Lord Byron, Edgar Allan Poe, etc) a poesia Simbolista/Decadentista (Baudelaire, T.S. Elliot, Rimbaud, Oscar Wilde, etc) o romance Existencialista (Camus, Sartre, etc), Literatura Beat (Ginsberg, William Burroughs), entre outros.

Dessa forma, essa subcultura fez releituras ou sátiras da Literatura Gótica. Essa literatura também serviu de tema para movimentos artísticos anteriores, que influenciaram a cultura estética dos anos 1980, como por exemplo o Expressionismo.

Na literatura brasileira, os autores mais respeitados por integrantes do movimento gótico são: Augusto dos Anjos, Álvares de Azevedo, Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimarães. Dentro da literatura portuguesa os autores mais respeitados são Eça de Queirós, Fernando Pessoa, Lima de Freitas, Camilo Pessanha, Florbela Espanca, David Soares, Mário de Sá Carneiro entre outros.

As fotos abaixo são todas de pessoas que se vestem goticamente, em um evento gótico, em mais um dia gótico pra elas!



























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