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Meu pedestal e o meu próximo

segunda-feira, 22 de junho de 2009

As pessoas nos vêem, alguns nos vêem por anos, mas parece que nunca nos viram de verdade. Fazemos parte de suas cegueiras. O jeito muitas vezes de nos tratar parece ser indiferente ao que realmente somos, vivemos e precisamos. Mesmo daqueles em quem mais esperaríamos luz, os atos, as palavras, a forma de conviver, de se manter distante e frios demonstram o quanto são cheios de escuridão. Falam de amor, de paz, de Deus e procuramos neles essa luz divina e não a encontramos. Uma coisa é falar, é cobrar correção das pessoas, outra coisa é amá-las e dar-lhes exemplos vivos de que elas são importantes, suas opiniões, seus sentimentos, que o que dizemos e pensamos deve ter algum valor, deve ter uma avaliação sincera, sem egocentrismo. Lábios que deveriam estar acostumados a abençoar, bendizer, antes só maldizem, só criticam, são apressados em julgar, fazem acusações, usam de adjetivos procurando depreciar, denegrir, apoucar o seu próximo. Esse próximo nem semelhante mais é a esse ser superior que parece detentor de toda verdade. E a quem ele está convencendo? Ou a quem está enganando? Um ser sem amor, sem doçura, a gente sente tão facilmente.
Por isso, se diz que devemos olhar pra Jesus, não para aqueles que parecem sintetizar em aparência e histórico de vida a pessoa de Jesus. Demonstramos o quanto distante nossa cabeça está de quem é Jesus se agirmos assim, buscando nessas pessoas uma bandeira, um sinal, um ponto de orientação para a bússola das nossas vidas.
Quem não tem amor, quem não sabe amar nunca conheceu a Deus nunca o conhecerá. É a bíblia quem diz: quem não ama seu irmão permanece na morte! Para Deus ele ainda está morto. Por isso, aprender a amar é tão difícil. O diabo de modo algum quer que tenhamos esse aprendizado em sua plenitude. Por isso, ele enche a pessoa de egoísmos e tenta afastar cada pessoa de toda capacidade e possibilidade de amar. Ele semeia o ódio, a inimizade, as contendas, as desconfianças, influencia os lábios de tantos cristãos tão intensamente que faz ninhadas de serpentes e víboras nesses lábios. Assim, porque muitos se deixam influenciar e ser vencidos por essa força, tantos não se sentem amados, ainda que esperando, ainda que cultivando.
Quem será o primeiro a ceder? A sair do seu pedestal, a se reduzir e deixar que a natureza espiritual de Deus produza frutos de paz e traga os benefícios da edificação do amor em seu coração? Quem vai começar a controlar seus lábios e a enxergar o outro como um ser tão especial quanto ele mesmo? Vai olhar pra ele e ao invés de ver apenas defeitos, comece a olhar tentando entender suas limitações, sua história de vida, procurando sempre ajudar? E, ao invés de abusar do poder destrutivo de tantas palavras amargas, procurar motivar o outro a viver, a sonhar, a tentar, a continuar fazendo o seu melhor.
A quem você ajudou com suas palavras esse ano? Sua boca abençoa, chama alguém pelo nome pra lhe falar de coisas boas? Procura enxergar os que são desprezados como Jesus fez? E dar-lhes esperança e mostrar uma luz como Jesus mostrou? Dá atenção aos mais fracos e perturbados ou os apedreja também? É mais fácil criticar do que transformar não é? É mais fácil ter raiva e ignorá-lo até que ele mesmo veja o quanto é indesejável e saia do seu caminho, do lugar onde só as pessoas com sua nobreza e educação podem habitar e pisar o chão?
Será que reinará sempre a incerteza corrupta do que nem comprovado é? Quando nem temos certeza do que sabemos, dizemos sobre o outro, nos tornando testemunhas infiéis, sem causa?
Quem vai começar a ter coragem e buscar saber do outro as razões de tantas situações que induzem ao desamor e julgamentos hostis? Dos tratamentos que julgamos injustos e incabíveis para nossa pessoa, pela pessoa que demonstramos ser, pelo respeito que damos e esperamos o devido retorno?
O amor exige renúncia de nós mesmos em vários aspectos da nossa vida. Sem amor do que adianta minha linda roupa, meu lindo palavreado, se o outro por quem Jesus morreu é menos importante do que meu salário, do que meu mundo chamado EU, do que meu jogo de interesses? Do que o circo das marionetes, palhaços, equilibristas, cachorrinhos e elefantes que estão sob meu controle?

Um comentário

  1. Nossa, amigo
    tem algumas pessoas que eu conheço, dentro da igreja mesmo, que precisavam ler isso.
    muito bom o texto, está de parabéns!
    um forte abraço e fique com Deus.

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