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Aprendi: BOD-MOD, Body-modification (modificação corporal)

domingo, 24 de maio de 2009

Essa já faz um tempo que aprendi, mas relutei em pôr no blog, porque quebra com tudo que se espera dele, mas está de acordo com o que, na minha intuição, pretendo divulgar enquanto informação. Minha justificativa, é que o aumento das práticas de bod-mod (body-modification, body-alteration, modificação corporal), com a criação de um universo cada vez mais específico, tornam o assunto um fenômeno social muito relevante, pois ele cresce muito. Também pelo fato de que muitos já são praticantes de bod-mod, em menor ou maior escala. Então, com o que estou convivendo nesse sentido? Meu objetivo é ligeiramente explicativo, não vou fazer juízos de valor nem análises à luz da bíblia ou qualquer outro referencial. Primeiro, gostaria de compartilhar algumas fotos divulgadas em alguns sites, como sempre sem citação das fontes: Ainda gera algum impacto né? Na Wikipédia, tem apenas um esboço em língua portuguesa sobre o assunto:
A modificação corporal é a alteração deliberada e permanente do corpo humano por razões não médicas. As práticas de modificação corporal existem há milhares de anos, com as suspensões na Índia, as tatuagens na Oceania, as perfurações na Ásia e na América, e a escarificação na África. Esses costumes tribais foram descobertos pelos marinheiros europeus no século XVI, mas ficaram marginalizados durante muito tempo. Na década de 1960, houve uma valorização da cultura oriental e as tatuagens passaram a ser mais populares. Já as perfurações e os piercings começaram na década de 1970, com os punks. Na década de 1990 ocorreu uma explosão de estilos e práticas.
Como vemos, a modificação corporal engloba uma série de práticas que, geralmente, tem como ponto de partida o querer do indivíduo de modificar o seu corpo e obter um novo visual. É diferente das cirurgias plásticas reparadoras ou estéticas, muitas vezes determinadas pela vontade e necessidade do indivíduo de querer ser mais bonito, (conforme seu conceito ociental de beleza - cscob) mais sensual (cscob), ou corrigir deficiências físicas (universal - acho). Se bem que, esse conceito de belo é sempre muito abstrato. Talvez, a bod-mod pretenda mesmo ser um novo tipo de beleza, aos nossos olhos ocidentais, uma não-beleza. Pessoalmente, não é nenhum pouco agradável aos meus sentidos. Não é a harmonia, não é a aparência culturalmente cristalizada de beleza que o blood-mod, perdão bod-mod propõe, mas um conceito meio "loucanárquico", diria até sanguinário, por isso saiu blood-mod. Blood é sangue em inglês. É possível enxergar no conceito acima uma forma de evolução no sentido de abertura: o que posso modificar? Até que ponto posso modificar? Até que ponto sou dono do meu corpo e nele não manda a cultura, a religião, a moda? Sempre chega um novo grupo e apresenta um novo conceito. O que se vê hoje na modificação corporal é a vontade de não ser humano, o abandono do natural em toda sua manifestação. Outra questão: até que ponto posso ser ou não natural? Sabe, os demônios de histórias em quadrinhos e filmes? Os personagens mitológicos? Os ciborgues, Pokemons, os seres híbridos e mutantes que tantos anos inundaram os vídeos da garotada? É aí uma das fontes de inspiração dos amantes de "bod-mod". Tem vários casos famosos no mundo, mas não é do meu interesse destacá-los aqui. Com a internet e a divulgação das mais diversas formas de modificação corporal, a bod-mod uniu o que existiu de mais, digamos, amedrontador em cada uma delas; conforme Wikipédia:
A suspensão de corpo (body suspension) - o ato de suspender um corpo humano através de ganchos passados através de perfurações na pele. Estas perfurações são temporárias e são abertas pouco antes da suspensão ocorrer; Piercing (ou Pírcingue - palavra normatizada no português de Portugal) - é uma forma de modificar o corpo humano, normalmente furando-o a fim de introduzir peças de metal esterilizado; Escarificação - é uma técnica de modificação do corpo que consiste em produzir cicatrizes no corpo através de instrumentos cortantes. Diversas culturas utilizam está técnica. Na África em algumas culturas as mulheres utilizam a escarificação como forma de beleza.
E pra se imaginar a dimensão desse universo social, elas têm sites, organizações e, claro, mercado. Acham que o capitalismo deixa de fora qualquer ser humano? A não ser que não tenha dinheiro. Existem vários sites especializados em tais práticas. Entre eles, de destaca o site www.suspension.org, especializado em suspensão de corpo, cujo objetivo é informar sobre técnicas do que eles chamam de arte da suspensão de corpo. Quer dizer, eles encaram a prática como uma arte , não um conjunto de técnicas. Existe quase para cada parte do corpo uma técnica de suspensão. Ah! A imagem abaixo vai falar um pooooouco sobre o que é "eye sewing" - mais ou menos, suspensão de corpo pelos olhos ou um ingrediente a mais para as suspensões. Tem vários tipos de suspensão de corpo: suicide, vertical chest, lip sewing, kavadi, ritual branding, lotus suspension, superman suspension, knee suspension, entre outros ainda mais incomuns. Para eles, isso é uma arte e um modo de ser e viver. É uma escolha. E entre uma galeria e outra, claro o shop, onde os praticantes podem comodamente escolher os produtos mais adaptados e eficazes para a suspensão: Os piercings, por sua vez, são a prática de modificação corporal mais utilizada pela juventude atual. Assim, pode-se incluir nessa denominação o uso de brincos, pois também são postos artificialmente no corpo sem auxílio e orientação de um médico. Contudo, os que fazem bod-mod não são econômicos e usam muitos piercings. Abaixo tem uma foto de Elaine Davidson, a mulher com mais piercings no mundo, que, pra nosso orgulho, é brasileira e está no Guiness Book (O Livro dos Recordes): Um aspecto bem, digamos, carnavalesco. O que dá mais curiosidade de saber é como era seu rosto antes dessa "montagem". Uma das frases históricas dela é: "Eu gosto da dor, eu amo a dor!" A escarificação tem vários sites e organizações. Na internet, a mais conhecida é: www.bmezine.com, que apresenta galerias desconsertantes sobre as práticas de bod-mod. Abaixo apenas a primeira página atual do site da galeria de escarificação: E como prova maior desse universo de significação, a Bmezine tem uma enciclopédia que imita o layout da Wikipédia, no seguinte endereço: http://wiki.bmezine.com/index.php/Main_Page. Simplesmente possui quase todo tipo de informação já coletada sobre o assunto. Bem, é isso, aprendi um pouco mais sobre essas práticas escrevendo pra outros, que eu nem sei quem serão. Pra não perder o fio estético do texto, nessas andanças digitais, ainda fui parar num site especializado em modelos "feios", tanto masculinos quando femininos: a www.Ugly.org. Olhando o site, afirmo que nem todos são feios, mas estão um pouco ou muito atrás do que os outdoors e revistas expõem em suas campanhas publicitárias, mas de certo modo, parecem seres mais próximos do ser humano comum. E, sim, tem cada criatura! Na internet tem um estudo no formato doc no site da Furg, que, claro, baixei e aproveito pra deixar aqui o resumo do trabalho, de autoria de Alessandra Amaral:
Podemos afirmar que as pessoas, na atualidade, vêm utilizando os seus corpos como forma de comunicação com o mundo, muitas vezes causando certo estranhamento na população, por conta da forma como trabalham no/com o seu corpo. Um desses meios de comunicação são as práticas associadas ao body modification, termo esse definido como procedimentos cirúrgicos voluntários que marcam o corpo. Essa forma de pensar o corpo intensifica-se na adolescência, pois é nesse momento que as mudanças corporais estão em evidência, surgindo a necessidade de se enquadrar e de ser aceito pela “turma”, tornando os corpos iguais perante a sociedade e diferentes entre si. Um dos espaços onde essa diversidade cultural é bem demarcada é a escola, por ser esse o local onde os jovens se unem para construir a “sua” identidade. Algumas das remodelagens relacionadas ao body modification presentes no espaço escolar são os piercings, as tatuagens e as escarificações. Freqüentemente, os profissionais da educação desconhecem essas práticas ou não as problematizam, acreditando que expondo o assunto incentivarão tais atos. Neste contexto, o fundamental é, primeiramente, a constatação de que estas práticas estão se expressando nas escolas e não nos focarmos nos motivos pelos quais os jovens as vivenciam; e, em segundo lugar, ressaltar que as remodelagens corporais não são por si só “preocupantes” e sim o meio que esses jovens utilizam para fazê-las, pois, muitos deles praticam tais técnicas sem nenhum cuidado com a saúde. Assim, o que se discute é que esse espaço, considerado como o “centro de formação das pessoas” não deveria esconder essas novas formas de perceber as questões da corporeidade.

Ela consegue estabelecer bem a importância de se conhecer esse assunto, principalmente, porque são práticas que pouco a pouco se multiplicam nas escolas, sendo necessário que os professores discutam o assunto mais claramente, em todos os seus aspectos, por não se tratar de um simples modismo, mas porque existem muitos riscos envolvidos na bod-mod e alguns pagam terrivelmente por isso: pessoas se machucam, se desfiguram, é um universo que ama a dor, ama a tortura. Homens e mulheres têm partes importantes do corpo mutiladas, etc. O homem possui uma convivência histórica com o seu corpo. De certo modo, nossas vaidades sempre nos conduzem a alguma forma de ajustá-lo conforme nossos interesses e desejos. Bem deixo o assunto para pessoas mais gabaritadas. Espero ter ajudado em termos de informação e peço desculpas por alguma ironia.

Um comentário

  1. Anônimo1:23 PM

    A 'coisa' não é exatamente amar a dor, é apenas aceitá-la. Aceitá-la como algo natural, e a sensação de alívio e desejo saciado após fazer, por exemplo, um piercing é muito boa!
    Digo isso pq tenho piercings no lábio, no septo (meio do nariz) e 7 nas orelhas, e pretendo fazer mais!

    É claro que eu falo por uma maioria, se existe outros que realmente gostam da dor é outra coisa.
    Só queria deixar claro essa parte, pq explicar toda a minha visão de Artística me renderia uma bíblia!
    gostei de como o assunto foi abordado, de certa forma. Cada um com a sua opinião!

    abçs ^^

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