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A ilha ilhada, o ninguém e a esperança em Deus

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Ninguém pensa como eu! Ninguém sente como eu sinto! Ninguém gosta do que gosto! Nem odeia o que odeio! Ninguém! Ninguém é um nome forte. NINGUÉM! NINGUÉM! Queria que meu grito fosse ouvido pelo universo inteiro Onde estão? Onde estão os planetas? Estão todos eles desabitados? Estou sozinho no universo? Minha visão de justiça é só minha? Minha religião é só minha? Minhas desobediências, minhas incongruências são só minhas? Ninguém se sente sozinho como eu me sinto!? Minha tristeza é a mais sem consolo de toda história?! Ou sou mais ingrato com a sorte do que qualquer outro? Quem!!!??? O quem assusta! Ninguém ocupa seu lugar! Quem pode ou deve ser o bandido? O herói é sempre alguém que suporta a injustiça? Serei eu e não tenho como saber? Ou não quero aceitar? Ninguém me entende! E não entendo ninguém! Ninguém vive! E não vivo por ninguém!
PS.: desculpem o tom melancólico e sem esperança desse humilde texto. Ele foi baseado em momentos meus de embaraço e em momentos de confusão e questionamentos de outras pessoas. Na verdade, quis dizer que nada há novo debaixo do sol. Há milhões de sofredores e injustiçados e infelizes e desesperados neste mundo ao mesmo tempo. Há milhares querendo encontrar seu lugar, as pessoas certas pra se conviver e dialogar com sinceridade. Uns choram embaixo de um teto, sob o som sereno da chuva. Outros amargam a mesma chuva embaixo de lugares pestilentos e miseráveis, sem lugar e destino certo. Há milhares se sentindo perdidos. Há milhares buscando a Deus e outros que já desistiram de buscá-Lo. Milhares perdendo o seu Deus por mixarias e ilusões. Há o lado bom da história. Há pessoas que conseguiram vences suas crises e que se fortaleceram em experiência, amor, em esperança, em fé; tiraram lições de vida preciosas e reais dos seus problemas e períodos prolongados de sofrimento e angústia. Em pessoas que você vê sorrindo também podem existir problemas e tristezas talvez escondidas, talvez não questionadas. Ironicamente, conhecendo-se a realidade deste mundo, é até necessário e natural sentir-se triste e perturbado, porém sem deixar que isso se torne a essência e o fundamento da própria vida. Recentemente, pensei "Não há mais ninguém para te dar a mão? Ou a quem dar a mão? Agradeça a Deus a maravilha de ter suas próprias mãos." Eu tenho certeza que é doloroso demais e cansativo cada segundo em que nos sentimos sós, de tal modo que podemos até sentir rejeição, inadequação social. É como se não tivéssemos semelhantes ou alguém que valorize nosso sofrimento no sentido prático de se dispor a nos ajudar. É doloroso e complicado se sentir como um ninguém. E ainda saber que poderia ser útil, mas sua utilidade passa batida, como um livro jogado no chão onde se prega a prática da leitura. O ninguém é o alguém que não faz diferença. É o alguém que não está nos convites de festas de aniversário, de formatura. Que ninguém convida para um almoço, um passeio. É mais do que indesejável: é menos do que desprezível, ele simplesmente inexiste e não faz diferença. É aquele para quem não existe ouvinte específico, porque nada do que ele fala parece ter sentido e importância pras pessoas. Que ninguém nota quando não está presente. E pior ainda quando está ausente. Creio que milhões se encaixam neste ninguém e não têm nomes pois são nomeados como multidões, sempre como objetos, nunca como sujeitos. Sempre são falados, comentados, redigidos seus problemas cotidianos, porém nunca se fala especificamente deles. Essa sensibilidade é muito comum nos seres humanos. Sempre com mais para excluir, cortar, desprezar, esquecer, criticar negativamente, vingar, apedrejar do que para amar, incluir, alegrar, agradecer, ajudar. Como dar esperança a esses ninguéns? Neste mundo vil e de cruéis exclusões, só conheço um que morreu por cada um ainda que ele fosse o único, o próprio Deus. O próprio criador da vida, da existência. Na verdade, ele é a própria vida. Só esse restitui a dignidade, só esse faz com que teu próprio nome tenha um significado novo e firme pra você mesmo. Não se sinta um ninguém! Com Deus ninguém está só. Você sempre será alguém a quem ele quer ver perto, ouvir, compreender; caminhar junto de você em cada passo. Tenham todos um ótimo mês! Nunca desistam de acreditar em Deus, ainda que, no momento, você seja infiel, Deus permanece fiel para contigo, pois não pode negar-se a si mesmo. Cada palavra é fiel! Fiel! Fiel! É uma qualidade tão rara hoje em dia! DEUS É FIEL!

Um comentário

  1. Muito interessante o seu texto.
    Realmente sua capacidade de expressão pela linguagem poética é fascinante.

    "O ninguém é o alguém que não faz diferença."

    Pois é, quantas e quantas vezes somos o ninguem. No seu texto, na parte poética tem um tom de subjetividade altamente marcante, uma singularidade, uma busca pelo outro como semelhante mas na verdade quem é nosso semelhante? Ninguém. Ninguém sente o que sentimos e ver o mundo como vemos.

    Sua busca pela singularidade será depois utilizada em defesa do mundo, das massas oprimidas, dos tantos e tantos ninguéns permeados pela invisibilidade social.
    Mas, quantas e quantas vezes nós os "burgueses" também somos invisíveis?
    Estamos perto do Caos , o amor está morrendo, o homem enquanto ser humano já morreu faz tempo. Agora a humanidade nega essa morte alienada, e vive apenas das sombras do que é a verdadeira "humanidade".

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