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Um adolescente ensaiando mais um diálogo que não aconteceu

sábado, 1 de novembro de 2008

Um adolescente ensaiando mais um diálogo que não aconteceu

Que cabeça complicada! Na época era um problemão lidar com os próprios sentimentos. E com os dos outros também. Qualquer coisa era demais pra entender. Eu sei o que estou dizendo, mas não é uma generalização. Hoje, como estou, mais confiante ou mais duvidoso em relação ao que entendo do outro, de mim, dos sentimentos? Realizo o diálogo sincero e esclarecedor que ensaio e projeto na cabeça? Dou oportunidade a mim de conversar seriamente sobre o que vai no coração com aquele que perturba minha mente? Acho que compreendo tudo o suficiente e posso tirar minhas conclusões sem conversar?

(apenas registrando um antigo pensamento-desabafo da adolescência)

"Ficou tudo tão complicado. É demais pra minha cabeça! Queria lhe julgar, revidar suas palavras do jeito que sei, mas eu não aprendi a te ferir depois que descobri como somos parecidos. Eu me nego a fazer isso. Ela não vai entender! Não vai entender!
Toda vez que não te vejo penso que é desprezo. Acho que você desaparece de propósito. Não penso em sequestro. Acho que você está com outro, que tem me escondido alguma coisa.
Se vejo um telefone que não conheço, minha cabeça ferve. Uma página cheio de corações sem meu nome. Sei que ela tem um passado... Eu sei, mas... nem sei. Se você se atrasa, se diz estar cansada, que não quer sair. Se não faz carinho como dias atrás. Por que foi me acostumar? Ou por que parou?
É fácil ficar perdido e assustado por conta de nossos pensamentos. Porque quase sempre criamos florestas assombradas, cavernas escuras, labirintos e seres medonhos. É fácil criar um monte de vilões pra gente mesmo, pra vida da gente, pra matar a gente de raiva, de medo, de cansaço.
Se tentasse ler nos meus olhos o que tento explicar, se eu conseguisse entender o que você quer falar. Você sempre diz que não lhe ouço. Também nunca sei dizer o que sinto. Às vezes nem tenho coragem. "Você vai querer me entender?".
Se gostasse mesmo de mim tanta coisa seria diferente.
Cada um tenta se justificar e nenhum defende o outro, nenhum acredita no outro. O outro parece sempre ser culpado e nossa responsabilidade parece ser sempre menor. Só sei que tou sendo verdadeiro."

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