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Tele-eu (poesia; apenas besteiras)

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Tela quadrada
Mundo redondo
Andar oblongo
Vida triangular
Meias azuis
Coração verde
Luar incolor
Flores monocromáticas
Matizes
Nuances
Tom sobre tom
Em guerra
Telas voando
Telas passando
Espelhos
Imagens do vil desespero
Imagens da luxúria e de gulodices doidivanas
Imbecilidades
Amabilidades
Telas

Pincéis sem cabeça
De onde saem então as formas?
Por que se juntam esses brilhos?
E se provocam essas escuridões?
Telas
Sem curso
Sem diálogo
Sem metria
Vou abrir meus olhos
E me ver com espanto
Neste espelho quebrado
Que a tudo entorta
Que tudo deforma
Uniformemente
Na ideologia

Nada dizer para agradar
Nada a dizer
Nada a comunicar
Sou poeira
Sou tempo determinado
Sujeito indeterminado
Numa oração ainda sem texto
Grito contido
Gemidos e horrores
Num sorriso compactuado
Escondendo o medo
De saber que nunca serei feliz
Por não ser o melhor em tudo
Nem o pior dos seres
Nem o último da história
Nem o princípio de qualquer coisa


Sobre a tela

Tela-vertigem
Tele-tela
Tele-eu
Tele-cegueira

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