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William Shakespeare - Soneto V (Original e Tradução "adaptada")

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Those hours, that with gentle work did frame
The lovely gaze where every eye doth dwell,
Will play the tyrants to the very same
And that unfair which fairly doth excel:
For never-resting time leads summer on
To hideous winter and confounds him there;
Sap check'd with frost and lusty leaves quite gone,
Beauty o'ersnow'd and bareness every where:
Then, were not summer's distillation left,
A liquid prisoner pent in walls of glass,
Beauty's effect with beauty were bereft,
Nor it nor no remembrance what it was:
But flowers distill'd though they with winter meet,
Leese but their show; their substance still lives sweet.

Aquelas horas que formaram meigamente
Teu aspecto gentil, que todo olhar procura,
Hão de tiranizar-te ainda amargamente,
Ah! pois o tempo sem descanso leva o estio
Desformoseando o que é sem par em formosura:
Ao coração do inverno odioso, onde o oblitera;
As Jovens folhas vão-se; a seiva, estanca-a o frio;
Jaz nevada a beleza, e a desnudez impera:
Se entre muros de vidro o estio destilado
Então não perdurasse, olente prisioneiro,
Ter-se-ia da beleza extinto o resultado,
Sem memória deixar de seu fulgor primeiro.
Mas em vão, destilada a flor, o inverno a ameaça:
Perdida a forma, em sua essência ela não passa.

Explicação da tradução: 2 - where every eye doth dwell, lit., onde todo olhar reside, i.e., se detém; 3 - to the very same, a esse mesmo aspecto; 6 - ao coração do, acréscimo; 7 - lusty, vigorosas; 9 a 12- lit., "Então, se não perdurasse o que foi destilado do verão/ - Prisioneiro líquido encerrado entre paredes do vidro - / O efeito da beleza física ficaria perdido com a beleza,/ nem ela (existiria mais), Nem lembrança alguma do que fôra". A idéia é a de que o perfume, em seu frasco, prolonga as flores e portanto o verão; 13 e 14 - lit., "Mas as flores destiladas, embora suportem o inverno,/ Perdem apenas a aparência: sua doce substância continua a viver."

Encontrei em uma fotocópia muito antiga da página 41, de um versão dos Sonetos de Shakespeare publicada pela Ediouro.

Um comentário

  1. Não conhecia. Conheço alguns textos, este não. Está tão giro. Tive de ler a explicação para perceber algumas coisas, mas adorei :) Espero que nao te importes que passe pelo teu blog *

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