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Maltrapilho

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

No meio das milhares de minhas poesias das quais nem me lembro, encontrei, neste exato momento uma que até pra mim é inédita, pensei até que não fosse minha, porque não me lembro porque a fiz, o que me levou a cogitar essa miséria. Mas, reconheci meu cheiro ao lê-la.
Trata-se da miséria de amor em que o mundo está mergulhado. Vez por outra, qualquer um de nós vai desfalecer de fome e de sede de amor, uma ansiedade de ver algo diferente, um diferente que é honesto, simples, verdadeiro, bom, nitidamente generoso, sem egoísmo, sem intelectualismo, sem modismo, sem espetáculo, sem máscaras, sem necessidade nem de aparecer nem de se esconder.
Esse mundo impõe um sistema que conduz ao individualismo e ao desprezo a outra pessoa. Desprezo para se impor como melhor, para se manter puro e intacto no que lhe credencia a ser superior. Desprezo para se proteger, para romper os elos mais elementares de proximidade e comunicação.
A miséria de amor é um massacre.

Um mendigo maltrapilho e fétido
Trago um saco já velho e desbotado
Pedindo esmolas de amor, de abraço

Por favor um abraço
Minha ressequidão é só falta de um abraço
É só falta de uma vida que me aqueça em seus braços
Essa minha cara feia é de fome
Fome de ver algo diferente
Ver alguém que me entenda e nada cobre de mim
Que não me use
Como objeto ou mero número matemático
Ver uma luz que realmente ilumine
Que não precise de discursos vãos
De raciocínios sofisticados
Só pra dizer que nada pode fazer

Um mendigo, um errante
Sem amor, sem destino

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