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Lição das bananeiras

sexta-feira, 26 de setembro de 2008


Admiro as bananeiras. Essas em especial pela simbologia que adquiriram. Estavam situadas em uma parte do quintal de casa que, desde que nasci, já eram ocupadas por bananeiras. Mãe teve outros planos pra área. Assim, o terreno foi coberto por concreto. Passados alguns meses, os rebentos das bananeiras começaram a rachar o concreto até rompê-lo completamente e as bananeiras mostraram persistência e determinação pela vontade de subir, ascender, viver.
Elas batalharam, mesmo quando eram pequeninas diante do concreto, tiveram paciência ao suportar o peso, mas nada as tirou do seu objetivo.
Pela audácia delas, resolvemos deixá-las viver.
Este fato me trouxe lições bem preciosas, sobretudo, a luta pelo próprio espaço, por mais indesejáveis que sejam(os) aos interesses de outros.
Se trocarmos as bananeiras por pessoas, por nós mesmos, por exemplo, poderemos inferir que ainda que sejamos indesejáveis para uns, não estejamos em seus planos, temos que ter um espaço na nossa cabeça, no coração, dentro dos nossos propósitos de vida, e resolver onde vamos nos desenvolver. Primeiro, para baixo, quando fincamos raízes em um solo, em um lugar, um curso, um caminho, quando fazemos escolhas que condicionem nosso futuro e direcionem nossas ações. E também para o alto, no sentido de crescer, evoluir, com direito a folhas, flores e frutos. Buscar o aperfeiçoamento, melhorar nossa qualidade de vida, material e espiritualmente.

PS.: Fiquei com vontade de modificar o texto por conta de críticas e comentários, os quais respeito. Eles têm sentido. Mas, em respeito ainda maior a mim mesmo, a toda pureza de sentimento e intenção com que ele foi feito, pois em nenhum momento me lembrei da malícia do ser humano; em nenhum momento a malícia, as comparações que naturalmente vêm na mente sexista de um brasileiro, fator que me atinge também; em nenhum momento a maldade conseguiu lugar no que eu queria dizer. Até eu mesmo estava liberto disso naquele momento.
Pelo menos em um ato solitário de criação e expressão individual a gente tem que tentar se livrar disso, pois a vida, as coisas, as pessoas, por estarem tão dominadas por esse tipo de pensamento já mostram seus frutos à torta e à direta nos noticiários, na forma como vêem e tratam outro ser humano. Estar sem essa maldade, isso, sim, no meu modo de ver, seria ver o nudismo sem as leis impostas pela desobediência.
Bananeiras são seres criados por Deus, acima de tudo. Esse maldade
tão típica na cultura brasileira, fazendo com que vejam nelas e nas bananas sexo, órgão masculino, daí já interligam isso com homossexualismo, e fazem troça. Se sentem isso e vêem isso e se sentem felicidade, alegria, neste mundo tão conturbado e perdido, não é novidade e creio que merecem compreensão, porque em muito eles não têm culpa. E não encontram outra fonte de visão neste mundo que os faça despoluir e descontaminar os próprios olhos.
Fico com o que diz a bíblia: tudo é puro para os puros, mas para os impuros. Digo que qualquer coisa que tenha um formato parecido com um pênis lhes anima a pensar, lembrar, comparar com o órgão masculino, tão historicamente repassado como símbolo de poder, prestígio, dominação, o ápice da existência humana.
Outra explicação está na bíblia: a boca fala do que o coração está cheio. Se quando falamos só saem assuntos vis e recheados de perversão é porque aquilo tudo faz parte do nosso universo de significação, é fruto dos diálogos já travados com nosso próprio imaginário.
Mas, isto não é motivo para se entristecer, mas para se revisar. Até que ponto é válido ser assim? Pensar assim? Ficar mergulhado horas e horas em pensamentos e coisas assim?
Claro! Tem seu lado engraçado. Eu mesmo já ri de mim mesmo, por ser tão tão sem maldade na confecção do texto. Não culpo ninguém, não sou juiz de ninguém. Mesmo que tenha maldade, mas que aprenda a superar os obstáculos, se livrar dos muitos concretos que impedem o próprio crescimento. Se estava triste e daí algum sorriso veio ao rosto cansado, fazer o quê?
O viver, sempre ele, traz tantos conflitos de significado, de pensamento!

Um comentário

  1. Anônimo3:33 PM

    Nunca antes na história desse país alguém declarou amor a bananeiras. À fruta dessa planta já vários, uns no armário, outros publicamente.

    Se bem que tem uns amigos meus de infância que faziam buracos nessas plantas e com elas faziam amor.

    É meio tosco isso que digo, mas fiquei pensando... a citação foi válida, mas dá margem a muitos pensamentos errôneos, ainda mais se a pessoa não tiver uma mente voltada a coisas puras, no caso... eu!

    Tenho dito!

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