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Momentos de verbo, momentos de silêncio

sábado, 13 de maio de 2006


Momentos de verbo
Para cada sentido mil palavras,
Para cada palavra mil sentidos
Para cada segundo um novo caminho no pensamento,
Movimentos múltiplos da alma
As palavras correm...................correm.............
E caem dos dedos como cachoeira
No papel, na tinta, na tela,
No diálogo
É preciso falar, falar, falar
Expressar
"Expressionar"
"Expresseguir, expressentir, expressuar,
Expressaturar, expressatirizar, expressaber"
Há tanto a falar que se inventam novos verbos
E novos significados afluem ao mundo

Momentos de silêncio
Nenhum idioma que atende
Este momento que surpreende
E até entristece
Porque nenhuma palavra conhecida ou imaginária
Nenhuma sílaba, nenhum som
Conseguem dar conta
Do pensamento
É um momento contrário à torre da Babel
Pois os símbolos, os idiomas sumiram
É preciso reencontrar os pulmões, o coração
É preciso reaprender a respirar e a sentir
Reaprender o aprender
Revisar
Olhar pro que sempre me fiz de cego
Escutar aquele estrangeiro
Cujos idioma e mímica desconheço
Nenhuma música, nenhuma companhia
O momento é dele:
Silêncio!

É certo que se faz silêncio enquanto se fala
Falamos silenciando, silenciamos falando

Quando se oculta algo, decerto existem tabus e termos proibidos. Não é difícil reconhecer coisas que vivenciamos sozinhos, sofremos sozinhos, nos regozijamo sozinhos, por escolha e imposição muitas vezes só nossas. Existe medo de rejeição, medo de machucar. Ah! Esse histórico medo da dor que acompanha fielmente a vida...Todo livro tem um processo próprio de "parto". Quando está aberto não mostra totalmente todo seu processo. Por isto, o silêncio como os vulcões por vezes entra em erupção e lança lavas pesadas de dentro da voz da alma.

"Não existiria som se não houvesse o silêncio (Lulu Santos)"

Jackson Angelo
 

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