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Teatro do amor próprio

segunda-feira, 22 de maio de 2006


Teatro do amor próprio

Desde 2006. Seria muito prazeroso descobrir que Sarcino é um anagrama de Narciso.

Sarcino, Sarcino
(olhando-me ao espelho)
Queria muito te ver
(Com os olhos já se fechando de dor)
Queria muito, muito te dar calor
(Com as mãos sobre o reflexo)
E te amar demasiadamente
(Olhando intensamente nos próprios olhos)
Sem me desprender um só momento
(Já encostado à imagem)
Abraçar-te, meu fiel companheiro
(Já querendo chorar)
Encontrar-te sempre
(Com a cabeça baixa)
E rolar contigo pelas cordilheiras da imaginação
(Já chorando)
Voar até os mais altos céus
(Abrindo os braços)
E de lá cair no infinito
(Sentindo o calor da primeira lágrima)
Caindo, rolando por onde o acaso levasse
(Com as mãos unidas sobre o estômago)
Meu amigo, meu amigo
(Olhando pra cima, com as mãos sobre os cabelos)
Que me ajuda
(Sentindo sua imensa solidão)
Que sofre comigo
(Sentindo a dor de não ter mais pras onde olhar)
Que se alegra quando sorrio
(Abraçando seu próprio corpo)
Queria tanto ter todo poder de te ajudar
(Parando um bom momento na tela do silêncio)
E te mostrar que nunca estás sozinho
(Gritando sem nenhum barulho)
Preciso sempre de ti
(Entrando no próprio reflexo)
Eu me perdôo, eu te perdôo
(Eu me perdôo, eu te perdôo)

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