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Dias, meses, anos, vida

domingo, 28 de maio de 2006


Há dias em que há poucas palavras, não que estejamos sem palavras, não que estejamos tristes, é um momento de silêncio: é outra forma de falar, de se comunicar com o mundo, conosco, com as pessoas. Até na escrita, um pontinho só, um oizinho só pode querer dizer muito mais do que aparenta, só que não é a hora das palavras. Isso é tão normal. Há dias em que não quero blogar, dias que não quero sobre mim o peso da responsabilidade (ela cerca natural e forçosamente, necessária ou inutilmente todo o viver. Há dias diferentes dos demais, começando pelas circunstâncias deles mesmos e podendo ainda se iniciar no nosso próprio processo de existir, de ser, de sentir, de pensar. Isso é tão normal. Há dias em que quase tudo incomoda, desde a desarrumação da casa, do meu quarto, até os problemas bestas com que sou conscientemente inconsequente. Há dias estranhos, não parecem ser dias da existência, são alguma coisa diferente da vida, tem algo incômodo, contudo não traz dor, só é estranho. Há dias que são lindos, lindos, lindos, o sol brilha intensamente e a imensidão celestial está entrecortada por nuvens frágeis e sonhadoras. Os ventos sopram, param, trazem esperanças e sonhos, quietude. Dias em que me lembro do país do Pinta-Aparece. Você pinta o ar com um lápis imaginário e o que vem à mente irrompe em forma, cor, matéria, cheiro, imperfeição, tamanho, sabor, enfim, você de tão completo se endeusa. Parece que não vamos precisar de ninguém, que não dependemos de ninguém. Dias em que vejo o espectro das mãos miraculosas que tudo o que tocam viram ouro. E não podem mais ser tocadas as pessoas que dão sentido à nossa própria vida. Pra que esse ouro? Dias em que se mergulha em Oz e o mágico Dias em que O Lobo mau também cansa e até quer brincar de verdade com Chapeuzinho Vermelho. Dias em que Hitler ainda ainda é um embrião. Tem dias que a realidade não dá trégua: tudo o que tem que ser resolvido está no limite, tudo o que tem que ser pago, o que tem que ser construído, reformado ou desfeito, tudo o que tem que ser revelado, dito, escondido, tudo grita: agora! agora! agora! Tem dias pra tudo que é gosto e desgosto. Dias em que todas estas situações estão juntas numa única vida. Dias em que o totipotente Superman perde todo combate contra o Pequeno Príncipe. Dias, meses, anos, vida.

É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta de espada

quinta-feira, 25 de maio de 2006

"É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta de espada." (William Shakespeare)

Rapidamente, pois há muito a se pensar. Existem pessoas que sempre tecem as suas alternativas e pontos de vista, tirando lições das experiências de fracasso, do "lugar nenhum" e dos sucessos de outras pessoas. Outras têm dificuldade em extrair reflexões, em formular problematizações e projetar soluções a partir de certas verdades, simplesmente porque nunca se deram a esse trabalho. Para estas é possível dizer que:
O sorriso, isto é, o bom humor, a conciliação, a tentativa diplomática de aproximação e entendimento, em muitos casos, é a alternativa ideal à reação de raiva natural ao nos vermos desapontados, indignados ou temerosos com as atitudes e ações de alguém. Ao invés de primeiro gritar e esbravejar, por que não refletir com bom senso no que vai ser dito? Por que não dialogar mesmo sabendo que isto pode ser inútil? Porque às vezes podemos nos enganar com as pessoas e elas podem não ser tão más e incompreensivas quanto julgamos ou seus atos nos fazem ver. O acordo conversado com a devida empatia e discernimento pode garantir resultados satisfatórios ao querer se alcançar um objetivo que envolva a mudança de comportamento de outra pessoa, até em casos nos quais se exija uma aceitação de normas, princípios, obrigações de sua parte.
Quando entramos carrancudos, com a cara fechada, isto já gera uma imagem, uma expectativa de negação, de "fechamento" e retraimento; ao entrarmos em um ambiente com bom humor, alegria, ao sermos positivos, sem o carrancudo pessimismo e derrotismo que muitas vezes nosso pensamento e interpretação submete as situações e fatos da vida, somos mais felizes conosco mesmo e, provavelmente, com os demais.
Sorria ao entrar na sala, ao começar seu dia de trabalho, ao rever seus amigos. Sorrir pode libertar e encurtar tantos caminhos e palavras, além de fazer muito bem à saúde. Sorria com o rosto, com a boca, com som, com vontade, sem medo e preguiça, sorria com dentes escovados, sorria com suas palavras e amabilidade, sorria com suas roupas, sua postura, seu comportamento, fazendo bem às pessoas, sorria como se fosse o último e melhor dia. Alegrai-vos sempre, diz a bíblia. Obviamente, existem os dias e situações difíceis, mesmo assim, com otimismo, força de vontade, fé e com a ajuda de todos nos quais você plantou ternura e afeto é possível encarar com mais forças e sem um desespero assassino as suas dificuldades.
Há tanto a falar, mas espero que este bocadinho alcance alguém, pelo menos uma pessoa em algum dia.

Retrato de um a vida I

terça-feira, 23 de maio de 2006

Já procurou aquecer as pessoas que estão com frio? Já procurou entender por que elas estão com este frio? Ou se isolou delas para lavar as próprias mãos? Estão todas elas crucificadas pelo desprezo, pelo isolamento, pela rejeição. As escórias leprosas, que já não são mais parte de nossa família, nosso sangue, nosso povo. Fez-se de cego para não querer ter qualquer responsabilidade? Não estendeu as mãos para não ser contaminado? Não há nenhum cobertor por perto? Um que não esteja usando? Algum que esteja encostado? Já não consegue entender o olhar dos pedintes, dos carentes? Não vai passar por perto para não ser mal-falado? Para não ofender teu olhar? Afinal, hoje é dia de sol, e é preciso apreciar sua beleza, e também das árvores, da sensualidade humana, pra que se importar, justo agora? O endeusamento de sua imagem não pode sofrer uma só mácula? Não pode ajudar ninguém a se levantar quando ela está caída? Quando alguém está alegre, forte e lhe visita tudo bem! Se ela lhe faz rir com suas graças, está então útil ao teu bem-estar! Se ela está triste, tem alguma palavra? Procura sentir a dor dela? Ah! Se ela se importou com você, ainda vai, né? E se ela nunca quis saber de você, se ela já te prejudicou, te desamou, então, viva! Que se dane esta alma miserável e inimiga!? É! Você se lembrou de alguém e agora foi visitá-lo num dos restos do seu tempo? Não estava nada planejado ou programado. É um pouquinho de tempo, não custará nada! E ela pensará que você se importa mesmo com ela. Na caminhada, prosseguiu em frente, fez sua parte, ninguém tem o que dizer de você. E quanto aos que começaram a caminhada com você? Muitos caíram no meio do caminho e você, por sua própria regra, não podia olhar pra trás nem de lado. Não chegaram aos teus ouvidos os gritos mudos de socorro? Não se lembrou dos que caíram pois você precisava chegar e vencer. Você chegou, no entanto, nunca começou de verdade. Quando...Estes quandos nunca tiveram importância pois foram momentos que não existiram em tua vida muito menos quiseste saber deles, dar lugar a eles em teu coração. Existiram muitas fantasias irrealizadas, muitos sonhos pelos quais você lutava intensamente e lutou a todo custo pra conquistar e muitos deles realmente conseguiu. Já para as queixas, muitos momentos de reflexão, amargura, angústia, temor, dias, meses, anos. Para a gratidão, um cartão, um obrigado, um abraço. Pronto. Estava ali simbolizada toda a tua gratidão.

Perdoe seu amigo

"Perdoe seu amigo"

Perdoe seu amigo por não corresponder às suas expectativas
Por se importar demais com suas palavras e opiniões
Perdoe seu amigo por ser confuso demais
E te chatear com suas confusões
E querer respostas que você acha tolices
E ficar triste ao ver que seus lábios pesam pra dizer qualquer coisa
Perdoe seu amigo por ser arrogante em algum instante
Por dizer palavras ou tirar brincadeiras inconsequentes
Perdoe seu amigo por nunca acertar
E ter baixa-estima
Necessitando sempre de sua aprovação
Perdoe seu amigo por não ser o amigo que você quer
Perdoe seu amigo por existir
E às vezes te incomodar pedindo conselhos e ajuda
Mendigando abraço, beijo, carinho, afeto, compreensão
Perdoe seu amigo por amar demais você
E se isso te deixou triste, perdoe-o
Perdoe seu amigo pelos erros constantes
Perdoe seu amigo por querer ouvir sua voz
Por se alegrar com sua presença
E com sua atenção, perdoe-o
Perdoe seu amigo pela insegurança
Por ele não lhe entender
E não merecer sua confiança
Perdoe-o por ele cobrar demais de você
Querendo colocar sentimentos no seu coração
Que não merecem estar ali
Perdoe seu amigo por estranhar sua falta de alegria
E se incomodar com os seus lábios fechados
Ele te perturba tanto, não é?
Nem o desprezando você consegue fazê-lo entender
Perdoe seu amigo se ele quer o melhor pra você
Perdoe seu amigo se ele ainda não sabe do grande erro
O erro de ser seu amigo
E se humilhar ainda crendo que pode
Que pode ganhar uma cadeira na sala do seu coração
Onde ali serves algum banquete
Ou passas alguma fome secreta e angustiada
Perdoe seu amigo por fazer tanta coisa em vão
Por querer sensibilizar seu coração
Ele ainda não viu que és frio
Ou viu e ainda tenta aquecer essa geleira
Perdoe seu amigo se ele te causa vergonha ou embaraço
Se ele não te dá paz
Ainda que esteja em silêncio
Por sua presença parecer um castigo
Perdoe seu amigo por ele ser quem ele é
Foi o que ele tentou ser
Errando, errando, errando
Diga assim da próxima quando abrir a porta:
Aqui jaz um amigo

"É a interpretação que damos aos acontecimentos e situações que nos leva ao sofrimento. É quando esperamos algo que nunca vai chegar. "
Rosemeire Zago
Psicóloga clínica
com abordagem
jungiana. Desenvolve
o auto conhecimento
e ministra palestras
motivacionais.

Miragem

segunda-feira, 22 de maio de 2006


Ela nunca esteve aqui! Ela falava alguma coisa E eram apenas sons Agora nada mais fala Ainda que ensaie sons guturais "Testando!. Testando!" "Oi!". "Oi!" Porque, na verdade, nunca falou coisa alguma Um monólogo sem riqueza E ainda infeliz O acaso Meu monólogo Não há nada pra falar Acho que sempre falei sozinho Ou falei com uma invenção Sou como um móvel velho Mofado Porém ainda dava pra pôs os pés Sua voz é como o vento do deserto Onde ela estava quando você gritou? Quando desfaleceu nas areias quentes? Não há pegadas dela nos passos do seu caminho Procure Será em vão e você já sabe Não há dígitos de seus dedos em lugar nenhum Nenhum cartão, nenhum objeto É a própria extensão do deserto! Que pobreza!! De repente viu-se um mar E ao se tentar entrar nele Era apenas um chão rachado Como aquela pintura que de longe reluz E ao se aproximar é apenas Manchas de tinta sem o valor esperado Mas, a força da miragem não estava no deserto Estava dentro do próprio coração Esta tinta falsa que engana os olhos

A semente da escolha


"Ele pôs uma pá de barro sobre a outra, até que surgisse no chão uma forma inanimada.
Tudo estava silencioso, enquanto o Criador penetrava em si mesmo, e retirava algo invisível. "Chama-se 'escolha'. A semente da escolha."
Dentro do homem, Deus plantou a semente divina. Uma semente dEle próprio. O Criador havia criado, não uma criatura, mas outro criador. AquEle que escolhera amar criou aquele que, em troca, podia amar. Agora, a escolha é nossa." (Max, Lucado - In the eye of the Storm).

A vida é feita de escolhas, isto é característico da liberdade. A melhor escolha é Jesus. E ele espera de cada um de nós uma resposta positiva. Ele é a melhor escolha porque TODAS AS BUSCAS NELE TÊM O SEU FIM: o amigo fiel, o que tem a palavra certa, o melhor conselho, o caminho, a verdade. O Pai, a Utopia, o Paraíso, os mistérios, o poder, a glória, a sabedoria, a ETERNIDADE, nosso ser. Amor, misericórdia, transformações, força pra vencer. Justiça, alegria, convicção. É o único que pode dizer "não chores".

POR QUE TE PREOCUPAS TANTO?

Ele convida os cansados e abatidos.
Ele liberta.
Ele acalma os corações.
Ele protege, livra do mal.
Ele ilumina na escuridão.
Todas as respostas.

Um abração.

Só jesus

Só Jesus (Léa Santana Praxedes)

Só Jesus pode ajudar-te na tua solidão
Jesus pode livrar-te da tua aflição
Se choras desesperado
Ele te estende as mãos
Só Jesus pode ajudar-te
E dar-te a salvação
Só Jesus responde ao teu problema
Só Jesus dá alívio ao teu dilema
Só Jesus socorre o coração aflito
Não temas
Ele há de ser contigo

Só Jesus pode ajudar-te
Se estás desanimado
Ele é o Rei dos Reis
A suprema majestade
Só Jesus foi quem sofreu
A mais forte tempestade
Poderoso, ele venceu
Confia nele e vencerás
Só Jesus pode te dar a vitória
Para ti, e tudo então será de glória
O Espírito Santo vai te consolar
E no céu tu conosco entrarás

Teatro do amor próprio


Teatro do amor próprio

Desde 2006. Seria muito prazeroso descobrir que Sarcino é um anagrama de Narciso.

Sarcino, Sarcino
(olhando-me ao espelho)
Queria muito te ver
(Com os olhos já se fechando de dor)
Queria muito, muito te dar calor
(Com as mãos sobre o reflexo)
E te amar demasiadamente
(Olhando intensamente nos próprios olhos)
Sem me desprender um só momento
(Já encostado à imagem)
Abraçar-te, meu fiel companheiro
(Já querendo chorar)
Encontrar-te sempre
(Com a cabeça baixa)
E rolar contigo pelas cordilheiras da imaginação
(Já chorando)
Voar até os mais altos céus
(Abrindo os braços)
E de lá cair no infinito
(Sentindo o calor da primeira lágrima)
Caindo, rolando por onde o acaso levasse
(Com as mãos unidas sobre o estômago)
Meu amigo, meu amigo
(Olhando pra cima, com as mãos sobre os cabelos)
Que me ajuda
(Sentindo sua imensa solidão)
Que sofre comigo
(Sentindo a dor de não ter mais pras onde olhar)
Que se alegra quando sorrio
(Abraçando seu próprio corpo)
Queria tanto ter todo poder de te ajudar
(Parando um bom momento na tela do silêncio)
E te mostrar que nunca estás sozinho
(Gritando sem nenhum barulho)
Preciso sempre de ti
(Entrando no próprio reflexo)
Eu me perdôo, eu te perdôo
(Eu me perdôo, eu te perdôo)

Ninguém chega até você por acaso

"Se Alguém Te Procura...

Com Frio... é porque você tem o cobertor
Com Alegria... é porque você tem o sorriso
Com Lágrimas... é porque você tem o lenço
Com Versos... é porque você tem a música
Com Dor... é porque você tem o remédio
Com Fome... é porque você tem o alimento
Com Beijos... é porque você tem o mel
Com Dúvidas... é porque você tem o caminho
Com Orquestras... é porque você tem a festa
Com Desânimo... é porque você tem o estimulo
Com Fantasias... é porque você tem a realidade
Com Desespero... é porque você tem a serenidade
Com entusiasmo... é porque você tem o brilho
Com Segredos... é porque você tem a cumplicidade
Com Tumultos... é porque você tem a meditação
Com Confiança... é porque você tem a fé
Com Medo... é porque você tem o Amor
Se alguém lhe confidencia segredos, é porque você possui a discrição.
Se a mágoa lhe traz alguém, é porque você tem o perdão.
Se lhe apresentam a fantasia, é porque você tem a realidade.
Quando lhe trazem versos, é porque você tem a melodia.
Quando lhe estendem as mãos sangrando, é porque você tem o remédio.
Quando alguém lhe chega com a indecisão, é porque você conhece o rumo certo.
Quando alguém lhe chega com carências, é porque você tem a ternura.
E se alguém lhe busca com dúvidas, é porque você tem a fé.
Quando alguém se aproxima com passos vacilantes, é porque você tem a firmeza.
Se alguém se apresenta com a vontade paralisada, é porque você tem o dinamismo.
Quando alguém chega com a mente confusa, é porque você tem a lucidez.
E se alguém se aproxima com os braços abertos, é porque você tem o abraço.
E, por fim, quando alguém lhe apresenta um frasco vazio, é porque você tem o perfume.
Por todas essas razões, nunca deixe alguém que lhe busca partir sem uma resposta, pois ninguém chega até você por acaso.
Ainda que você pense que nada possui para oferecer, isso não é verdade. Se alguém lhe apresenta uma necessidade qualquer, mesmo que velada, é porque você tem algo para oferecer.

Ninguém chega até VC por acaso!!!"

Autor desconhecido

Vida: tantas respostas prontas, tanta falta de resposta!

domingo, 21 de maio de 2006

Vida!
Tantas respostas
Tantas respostas prontas,
Tanta falta de resposta!
Tantas perguntas
Sempre as mesmas perguntas
Mania de perguntar
Mania de não viver
Tantas respostas já nas perguntas
Tantas respostas que entristecem
E matam, destroem a fantasia
Tantas perguntas engolidas e não ditas
Tantas respostas disfarçadas de verdade
Tantas mentiras!
Há uma imensa coragem para perguntar
Contudo, o medo parece sempre vencer
Tantas respostas perdidas no tempo
Que não mais chegarão aos ouvidos
Viraram pergaminhos apodrecidos
De um tempo completamente apagado
Tantos lábios receosos
Sedentos de uma pergunta
Uma pergunta só
Os olhos miram o chão
Porque já se acham
Mesmo escondendo,
Mostrando toda verdade
E toda mentira
As lágrimas derramadas às ocultas
E se falou de alegria
Tão perto, mas tão longe
Tão simples...tão complicadas
As respostas da vida
Muitas vezes duríssimas
Fazem perecer todo o tempo vivido
Na ilusão de um sonho
Que fez ninho em um só coração
Os segredos ocultos,
Os segredos revelados
O esconderijo
O sussurro ao vento, o uivo da alma
A respiração difícil
A porta em que não se quer bater
A luz que se evita acender
O animal que se evita soltar
A escada de que não se quer descer
O barco ancorado
As miragens passando e repassando
Brilhando e piscando
Enebriando
Não responda!
Não pergunte!
Não responda o que não perguntei!
Não evite falar!
Não procure falar!
Não diga pra si mesmo que já sabe!
Não acorde agora!
Não vá dormir agora!
Não desça do balão!
Tantos gritos no interior da alma
Tantas almas nos gritos perdidos
Quantidades, quantidades que incomodam
Tantos ecos abafados
Uma quase obsessão
A resposta sempre esteve ali
Bem ao lado
Obscurecida
Mas, é hora de acordar
Tantas respostas contraditórias
Tantas respostas
Nenhuma resposta
Nenhuma pergunta mais
Nenhuma
Morte?
Jackson Angelo

Perfume do vale

sábado, 20 de maio de 2006

GRÁFICO: Wallpaper.ru

Ainda há algumas roseiras,
no meio de tanta sarça e espinheiro
e dentre estas roseiras,
algumas ainda têm pétalas,
e em algumas destas pétalas
ainda há algumas que não murcharam,
e entre estas ainda há um pouco,
um pouquinho de perfume,
mas o suficiente
para perfumar gentilmente todo o vale
Jackson Angelo

Deus prometeu e só Ele pode dar

Se pudesse voar para a mais alta altura. Se pudesse tirar minha alma e a guiasse para o desconhecido infinito deste universo que está pra ser desfeito. Se pudesse imergir no não-entender, no simples-ser e existir. A imensidão, a luz, a cor, a negridão do Cosmos, de estrela em estrela, de forma em forma, viajando rapidamente. Se toda alegria existente e vindoura invadissem meu ser de uma só vez. Se não existisse o "se". Mas, Deus tem um sonho melhor e nos conduzirá ao cerne deste sonho. Durma e acorde sempre em paz.

Alguns pensamentos de Sêneca - NÃO ESQUECI DO BLOG

Alguns pensamentos de Sêneca. São pessoas assim como ele e tantos outros que perfumam a história com suas experiências e visões na forma de palavras imperecíveis e podem perfeitamente propiciar condições ou nos acordar para estas condições, para ter alegria de ver, viver e enriquecer nossa personalidade. Palavras que nos ajudam a existir de modo melhor e mais completo, se lhes dermos alguma atenção. Eles conseguem colocar um espelho da nossa própria alma e do mundo à nossa frente.

"Não se pode formar bom conceito de quem não tem boa opinião de pessoa alguma."
"Em diversas épocas de nossa vida somos tão diversos de nós mesmos como de outros homens."
"A virtude, se encurta a liberdade, alonga a felicidade."
"São as plantas humildes as que produzem as mais belas flores."
"Em vão procuramos as verdadeira felicidade fora de nós, se não possuímos a sua fonte dentro de nós mesmos."
"A virtude é uma guerra perene conosco por amor de nós."
"É tão fácil enganar quanto é difícil desenganar os homens."
"Ninguém nos aconselha tão mal como o nosso amor próprio, nem tão bem quanto a nossa consciência."
"A nossa consciência desmente muitas vezes os louvores que nos dão."
"Os velhos ruminam o pretérito, os moços antecipam e devoram o futuro."
"Desprezos há, e de pessoas tais, que honram muito os desprezados."
"Um século condena o outro século, como em nossa vida uma idade condena a outra idade."

Momentos de verbo, momentos de silêncio

sábado, 13 de maio de 2006


Momentos de verbo
Para cada sentido mil palavras,
Para cada palavra mil sentidos
Para cada segundo um novo caminho no pensamento,
Movimentos múltiplos da alma
As palavras correm...................correm.............
E caem dos dedos como cachoeira
No papel, na tinta, na tela,
No diálogo
É preciso falar, falar, falar
Expressar
"Expressionar"
"Expresseguir, expressentir, expressuar,
Expressaturar, expressatirizar, expressaber"
Há tanto a falar que se inventam novos verbos
E novos significados afluem ao mundo

Momentos de silêncio
Nenhum idioma que atende
Este momento que surpreende
E até entristece
Porque nenhuma palavra conhecida ou imaginária
Nenhuma sílaba, nenhum som
Conseguem dar conta
Do pensamento
É um momento contrário à torre da Babel
Pois os símbolos, os idiomas sumiram
É preciso reencontrar os pulmões, o coração
É preciso reaprender a respirar e a sentir
Reaprender o aprender
Revisar
Olhar pro que sempre me fiz de cego
Escutar aquele estrangeiro
Cujos idioma e mímica desconheço
Nenhuma música, nenhuma companhia
O momento é dele:
Silêncio!

É certo que se faz silêncio enquanto se fala
Falamos silenciando, silenciamos falando

Quando se oculta algo, decerto existem tabus e termos proibidos. Não é difícil reconhecer coisas que vivenciamos sozinhos, sofremos sozinhos, nos regozijamo sozinhos, por escolha e imposição muitas vezes só nossas. Existe medo de rejeição, medo de machucar. Ah! Esse histórico medo da dor que acompanha fielmente a vida...Todo livro tem um processo próprio de "parto". Quando está aberto não mostra totalmente todo seu processo. Por isto, o silêncio como os vulcões por vezes entra em erupção e lança lavas pesadas de dentro da voz da alma.

"Não existiria som se não houvesse o silêncio (Lulu Santos)"

Jackson Angelo

Vamos fazer Ginástica?! Um, dois, três...

sexta-feira, 12 de maio de 2006


Amigos, estou fora de forma.
Que tal fazermos uma ginástica todos os dias pela manhã???
Vamos lá: 1, 2, 3...

Ginástica para a cabeça:

Incline-a em adoração.

"Então o homem encurvou-se em adoração ao Senhor "(Gn.24:26),

Ginástica para mente:

Exercite-a com idéias construtivas.

"Finalmente, irmãos, tudo que é verdadeiro, tudo que é nobre, tudo que é correto, tudo que é puro, tudo que é amável, tudo que é de boa fama, se houver algo excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas" (Fp.4:8).


Ginástica ocular:

Veja só o bem em seus semelhantes

"Nada façam por ambição egoista ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos "(Fp.2:3).

Ginástica respiratória:

Respire a atmosfera de paz, amor e felicidade

"Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito. Que a paz de Cristo seja o juiz em seu coração, visto que vocês foram chamados para viverem em paz, como membros de um só corpo" (Col.3:14-15).
Ginástica auditiva:

Escute a voz de Deus

" Aquele que pertence a Deus ouve o que Deus diz." (Jo.8:47).

Ginástica para o coração:

Irradie sentimento de amor

" O amor deve ser sincero.Odeiem o que é mau; apeguem-se ao que é bom"(Rm.12:9).

Ginástica para língua:

Fale palavras edificantes e criativas

" Seja o seu sim, sim, e o seu não, não; e o que passar disso vem do Malígno" (Mt.5:37).

Ginástica facial:

Sorria, sorria, sempre!

" Alegrem-se sempre" (1Tes.5:16).

Ginástica para mãos:

Una-as diariamente em oração

" Quero, pois, que os homens orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem iras e sem discussões" (1Tm.2:8).

Ginástica para os joelhos:

Dobre-os em oração, para se tornarem flexíveis

" para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra" (Fp.2:10),

Ginástica para pernas:

Ande humildemente pelos caminhos do Senhor

" Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o Senhor exige: pratiques a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com seu Deus "(Mq.6:8).

Um poucochinho fora de mim

Resolvi fazer downloads de mim mesmo na vida real. Assim, me despluguei um poucochinho da net.


Resolvi queimar resquícios do que não era EU e estavam sobre mim, em mim, fiz um upload para minha lixeira, deletei muitos arquivos inválidos da minha memória.

Foi só um poucochinho de tempo e sinto-me vivo.

"Eu não sou juiz de ninguém"

sexta-feira, 5 de maio de 2006

"Eu não sou juiz de ninguém", foi o que minha orientadora, Sandra Regina, no projeto de conclusão de jornalismo me disse quando eu fazia referências a mim mesmo e ao meu procedimento, lamentando-me pelo tempo perdido em lhe entregar as pesquisas, e parecendo querer entender e expressar o que podia se passar na cabeça dela. Isto é, eu estava julgando o seu julgar. "Eu não sou juiz de ninguém. Não posso me colocar nesta posição e dizer que você fez isto e aquilo, é isto e aquilo, você tem seus problemas pessoais, tem suas circunstâncias. Eu tenho que lhe respeitar, procurar lhe entender", Sandra completou. A palavra para ser boa não precisa ser grande. Bastam poucas palavras. E até hoje eu fico ainda surpreso como ainda esboço uma tendência a julgamentos, sempre do pior modo, com desconfiança, insegurança e intranquilidade. Interessante notar como as pessoas com que trato diariamente sempre se sentem receosas, preocupadas com o julgamento alheio, frases do tipo: "Por favor, vá desculpando os erros de ortografia", quando alguém lhe entrega uma poesia, um texto, uma carta, algo que ela criou; "Não olhe pra minha roupa, eu não tive tempo de me trocar direito, estava tão ocupada". "Por favor, não me leve a mal no que eu vou dizer". E os pensamentos: "Não posso ir com esta roupa, gosto muito dela, mas está tão decotada". "Ai! se alguém me vê com este traje justo aqui!"; "Puxa! o que vão pensar de mim, eu conversando com uma prostituta! Ela se aproximou de mim! O que eu podia fazer?". "Caramba, sou um homem de bem, não posso ter amizade com esse cara: ele é gay! Vão pensar o quê?"; "Já faz tanto tempo que não falo com aquela pessoa, acho que ela pode até pensar que eu não gosto dela, que ela não tem importância pra mim."; "Amigo, foi o melhor que eu pude comprar, se eu pudesse comprar algo melhor, lhe dar algo melhor, eu o compraria."
Mas, quando eu tirei de mim toda responsabilidade de julgar, eu passei a me sentir muito mais leve, verdadeiramente libertado. Obviamente, existe a responsabilidade de um julgamento crítico, coerente, correto, mas toda justiça, nisto acredito intensamente, deve ser feita com muita misericórdia, pois esta NATUREZA QUE NOS DOMINA e que tentamos (se alguém tenta...) dominar e de que somos feitos é bem conhecida nossa (até que ponto? ela nunca nos surpreende?)!
E foram poucas palavras! Como um alimento que mastigamos por horas, dias, meses, toda vida...
Há tantas coroas postas sobre as cabeças!
Neste momento, só preciso dos meus cabelos.

Procura-se! Procuro-me!

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Procuro dentro de mim
Procuro fora de mim
Procuro no meu coração
Procuro em algum coração
Olho no espelho do quarto
Olho no espelho do olho
Olho no espelho da alma
Procuro na minha mente
Procuro na minha fantasia
Procuro em fotos e livros do passado
Procura-se minha identidade
Procuro meu eu
Meu não-eu
Meu alter-eu
Meu eu
Procura-se um bandido
Procura-se um juiz
Procura-se Peter Pan
Procuro a Fera
Procuro o primeiro pedaço do muro
Procura-se uma procura
Procuro um nome esquecido
Procuro esquecer que sei
Procuro esconder
Procuro mostrar
Procuro perder-me
procuro o que nunca perdi
Procura-se
Procuro nas gavetas velhas
Procuro nas roupas rasgadas
Procuro nas latas de lixo
Procuro nas cinzas e ruínas do chão
Procuro-me
Procura-se

Mamãe, mamãe, mamãe!

quarta-feira, 3 de maio de 2006


"Mamãe, mamãe, mamãe
Não há palavras
Nem silêncio
Não há letras
Nem imagens
Nem filmes
Não há poesias, livros,
Estudos científicos
Devocionais

Nem tudo nem nada

Que defina
Teu Dom
Tua Missão
Teu Amor

Pena que somos tão falhos e erramos tanto, por querer acertar demais. Pena que somos tão limitados no tempo e no entendimento e parecemos não dar conta do que somos um para o outro."
Pena que nem tudo é flores e este papel tão lindo é interpretado como um monstro. Pena que se mate a missão antes mesmo dela se iniciar. Pena que se evite, perturbe e até se odeie o papel de filho como submisso, dependente e como alguém tolerante. Pena que haja tanta crueldade nas relações mais básicas, e o que poderia ser a mais linda demonstração de ternura e doação de si mesmo vira uma doença, um terror, um câncer que corrói e mata. Pena que o diálogo fique tão raro. E rapidamente o ambiente vira um sepulcro fechado, assustador e emudecido. Os que residem no mesmo teto pouco ou em nada se conhecem. Pouco ou em nada se tocam. Pena que as poucas palavras sejam vazias e repetitivas. E, hoje em dia, eles se matam uns aos outros: de raiva, de ódio, de facadas, de hipocrisia, de tiros, de pedradas, de acusações, de palavras ríspidas, de desprezo. Eles se matam a si mesmos. No fim das contas, na vida de tanta gente, o que deveria ser a mais bela e emocionada comemoração vira um pesadelo, do qual dificilmente acordará.

Árvore à beira do caminho

segunda-feira, 1 de maio de 2006


Se olhas pra tua vida e vês uma estrada deserta, e te vês como uma árvore sem fruto, lembra-te que em algum momento pudeste e podes ser sombra. Algum viajante errante pode, de repente, fazer morada debaixo de tua sombra por alguns instantes, alguns dias. E alguém pode descansar à tua sombra e relaxar. E até dormir. Em algum momento, algum pássaro fez ninho em teus galhos. Em algum momento, os passarinhos podem nascer nos teus galhinhos. E alguém pode usar tuas folhas para fazer obras de arte: uma colagem, um modelo para uma pintura. Alguém pode te pesquisar e extrair uma substância nova que salve milhares de vida. São os frutos silenciosos da existência.
Jackson Angelo

Seres humanos produzidos em série


Não é isto o que a ideologia consegue fazer: homogeneizar os indivíduos, tornando-os uma massa amorfa? Ainda batalhamos como David, o Pinóquio futurista de Spielberg em Inteligência Artificial, para ser "único e especial"? A batalha silenciosa da ideologia é uma máquina ruidosa de produção em série. Ela faz com que os olhos possuam a mesma visão e vejam as mesmas coisas, de modo que ninguém note que está usando lentes que não são suas. Lentes que ao se apropriar e impor uma visão, cegam totalmente. As habitações podem ser faraonicamente belas, mas ainda não se achou uma saída da caverna, muito menos consciência da mesma. Até o badalado e endeusado ser diferente fica dentro de padrões, vira uma luva e uma utopia.

Amor verdadeiro: o maior presente!


O amor verdadeiro sempre será maior que nós mesmos!
É sempre o maior presente que podemos dar!

Mamãe


M A M Ã E

Mamãe, sou um segundo teu, um dia teu,

uma pessoa tua, uma face tua, uma vida tua.
Sou livre, sou independente, sou capaz
Espero sempre corresponder a tua maior ansiedade:
"Seja bom e honesto"

Dissecação II

Se arrancarem toda nossa pele, pra onde irá nossa atração? Esta atração que abateu e abate reis e rainhas! Que abateu personagens bíblicos como Davi (eleito pelo coração de Deus: "Achei Davi!"), Sansão (quem lhe fez cortar os cabelos? Dalila!), Abraão (que ansioso antes foi à sua escrava do que esperou o filho da promessa). E abate os personagens irreais do livro "Realidade"! E os personagens reais do livro "Fantasia"! Nossa beleza é tão superficial, ainda assim tão dominadora. As vaidades são tão rápidas e nos consomem tanto tempo, dinheiro, pensamento e a própria alma! É tão superficial nossa quimera, nosso "Narciso". Rapidamente murchamos, isto é inevitável. E o mundo está aí: ou aproveitamos tudo que este mundo oferece, procurando saciar tudo o que nos apetece e cremos trazer imenso, incomparável, irresistível gozo, ou nos afundamos no conhecimento que nunca será suficiente, pois quanto mais conhecemos mais temos uma vaga noção da própria ignorância: é outra quimera! Cada coisa a seu tempo no seu tempo. Equilíbrio! A única esperança verdadeira é a eternidade!
Se arrancarem toda vaidade do nosso eu, o que sobra? Do nosso lar o que sobra? Do nosso viver o que sobra?
Se arrancarem nossas vestes estaremos nus? Apenas superficialmente! Se virem nossos músculos, veias e sangue expostos, verão nudez? Repulsa! Onde nosso olho está a maior parte do tempo? No que é superficial! E nossa consciência quando julgamos? Até que ponto podemos julgar com isenção, justiça? E até que ponto nossos próprios delitos permitem que nos coloquemos como juízes infalíveis?
Ah! Se pudéssemos ver o que há dentro do coração! O olho se assustaria? Sentiria repulsa? se é que este tipo de visão é aceito, valorizado! Ao ver a inveja, o homicídio, a maldade, o preconceito, a amargura, a mágoa, a tristeza, a solidão, a perturbação, a sanguinolência, que figuras não veriam estes olhos por baixo da beleza fascinante?
Não tenho muito a acrescentar. As coisas mais óbvias são tão esquecidas que parece nunca foram óbvias!
 

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