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INTROSPECÇÃO - DISSECAÇÃO NÃO-COMPARTILHADA (?)

quinta-feira, 6 de abril de 2006

Não tem jeito. Impossível fugir do meu eu. O eu compartilhado é eu em pedaços, um eu miniaturizado, eu perdido, desencontrado, padronizado. Esta viagem interior parece nunca terminar. Algumas vezes parece que nunca começou. Quando penso que as asas estão prontas para voar, vejo que mal sei pra que lado vai o vento. Quando penso que tenho conhecimento suficiente pra ter auto-controle, me desespero por ser um animal enjaulado dentro dos meus sentidos. Quando penso que tenho amigos, me esbarro novamente com o indizível. E o segredo repousa violentamente, arranhando cada víscera da alma. Pelo que, todos os fogos queimam em sentidos opostos. Quando penso, quando penso. Não quero mais pensar. Quero apenas me afundar neste deserto e contemplar sua desolada paisagem. O rio seco exala o vil cheiro de podridões. O solo rachado expõe minhas mazelas mais profundas. Crianças famintas choram por amamentação e pelo carinho materno que nunca receberam. Sepulcros se travestem de mansões e paradisíacas festas o movimentam. Mendigos desfilam em limusines. Que universo estranho é o coração. Habitantes que não queremos estão lá. O que confirma que nosso maior inimigo é o que está dentro dele. Realidades só vividas no que não se mexe, não se move. O que mais existe é o que não é visto. O que mais se demonstra é o que mais se procura esconder. Não é platônico apenas o amor idealizado, mas PODE ATÉ SER tudo o que está à nossa volta. Como é bom reencontrar essa estranheza comigo mesmo. Sou meu estranho favorito. Meu link favorito é esse eterno rival e desconhecido ser interior. Por que ainda me surpreende que no meio de tanta monotonia acrescente mais uma tonalidade ao mesmo? Ainda avisto montanhas e tenho que escalá-las porque vejo um imenso céu azul e o teto da montanha arranha céus magníficos. Neste caminho tantas vezes escorreguei e quebrei costelas e medulas. Quando penso que posso disparar, acelerar, sinto o freio de uma completa inexperiência. O sentir, o sentir é tão estranho este conhecido companheiro. O coração, o coração. O coração pulsa, o coração ri, o coração chora. O coração se perde, o coração busca saídas. O coração adoece, vomita, fica febril, de repente encontra cura e muda completamente seu modo de ser ele mesmo. Não vou voltar atrás pra retocar nada, nenhuma vírgula.
Encontrei-me, perdi-me, me odiei, reaprendi a me amar.
Não desisti. O coração, o coração pulsa!
Jackson Angelo

Um comentário

  1. Anônimo4:41 PM

    meu amigo cada vez que leio os seus textos me pego pensando em tudo que me rodea, no que a vida representa afinal. você é uma pessoa que contribui para uma vida melhor, um viver com base na realidade que nos rodeia. que Deus te ilumine nessa caminhada de enriquecer a vida de todos nos, xero do mago.Paz

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