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quarta-feira, 19 de abril de 2006

"Na data de hoje, em 1845, nascia o diplomata e político brasileiro José Maria da Silva Paranhos, o Barão do Rio Branco. A fixação definitiva das fronteiras brasileiras deve-se, em grande parte, à sua atuação diplomática. O Barão do Rio Branco contribuiu decisivamente para a adoção de uma nova política externa no Brasil. Figura padrão de nossa diplomacia, seu nome designa o órgão do ministério que se incumbe da formação dos jovens diplomatas, o Instituto Rio Branco. O diplomata tem a função de representar seu país perante outros países. Ele também deve atuar na formulação da política externa, negociar em nome do país e promover a cultura e valores nacionais. De olho nos interesses do seu país, ele trata de temas variados e polêmicos como segurança, paz, normas de comércio, direitos humanos, meio ambiente, migração e laços de cooperação entre as nações. "
Segundo Aurélio, diplomata significa:
"[Do fr. diplomate.]
S. 2 g.
1. Pessoa que tem por profissão a diplomacia (1).
2. Funcionário pertencente ao quadro do serviço diplomático de um país.
3. Representante de um Estado junto a outro.
4. Fig. Indivíduo de aspecto fino, porte distinto.
5. Fig. Negociador hábil."
Acerca de assuntos referentes ao exercício da diplomacia, um bom site brasileiro é o do Ministério das Relações Exteriores - Instituto Rio Branco, disponível em:
http://www2.mre.gov.br/irbr/
Acho proveitoso repassar este artigo sobre o diplomsta brasileiro Sérgio Vieira de Melo, falecido em agosto de 2003:

"Assassinado pelo imediatismo
Agosto de 2003, Correio Caros Amigos

Marcelo Salles

É incrível a dificuldade que o ser humano tem de enxergar além do imediato. E a mídia grande aproveita-se desta condição para cada vez mais apertar a venda que lhe cobre os olhos.
A notícia já chega resumida e interpretada. Depois de absorvida, fica difícil até mesmo mudar uma vírgula.
Através das páginas da história oficial ficaremos sabendo que o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello morreu em virtude de um ataque terrorista na sede da ONU em Bagdá, em 19/08/03. E ponto. O imediatismo não reconhece fronteiras. As agências internacionais rapidamente encontraram o veredicto, prontamente traduzido pela mídia grande brasileira: ataque terrorista.
Convenhamos, nada mais abstrato. Por isso mesmo, nada mais difícil de refutar.
Acerca do assassinato de Vieira Mello, locuções introdutórias do tipo "Segundo uma testemunha citada pelo jornal 'The New York Times'" e "Segundo uma fonte do governo dos EUA que pediu para não ser identificada" foram largamente utilizadas pelos jornais e telejornais brasileiros. A confiança cega que se deposita em fontes e testemunhas anônimas não condiz, em absoluto, com a realidade. Não importa a procedência da informação, mas apenas a informação. A mídia grande sabe que o que será fixado nas mentes das pessoas é a mensagem e não o mensageiro. Tanto barulho feito em torno do caso Jayson Blair para nada.
Nossos jornalistas estiveram tão preocupados com a tradução que nem lhes ocorreu investigar os relatórios enviados pelo diplomata brasileiro à ONU. No penúltimo deles, datado de 12/08/03 e que pode ser lido, em inglês, integralmente em http://www.un.org/apps/news/infocusnewsiraq1.asp?NewsID=592&sID=12, Mello afirma: "Por uma questão de princípio, apóio as decisões tomadas livremente pelo povo iraquiano sem que haja nenhuma interferência externa durante o processo que levará à adoção de uma nova constituição". Talvez estes não sejam os planos dos EUA para o Iraque. Além disso, está em todos os jornais: a ONU avisou o Conselho de Governo sobre a iminência do ataque, sem que nenhuma providência fosse tomada.
Quando o também diplomata brasileiro e inspetor de armas da ONU, José Maurício Bustani, apontava seus estudos na direção da não existência de armas químicas e biológicas no Iraque, os EUA pressionaram a ONU de tal forma (gostaria de saber como) que Bustani acabou sendo afastado de sua função.
Como se não bastasse, a mídia grande levou dois dias para dizer que, segundo uma emissora de televisão dos Emirados Árabes Unidos (país aliado dos EUA), o atentado fora planejado e executado por um "grupo extremista radical ainda desconhecido". Algo parecido com a religião: ou você acredita, ou não. Nunca é demais lembrar que no famoso 11/9 nenhum grupo assumiu a autoria. Divulgaram uma fita de vídeo aqui, outra ali, que poderia ser, segundo especialistas, mensagens codificadas que provariam a participação de Osama Bin Laden, além de outras abstrações. Mas nada ficou efetivamente provado e nenhuma organização reivindicou para si o atentado.
Desta forma, a mídia grande abre um precedente extremamente perigoso: cria-se um inimigo abstrato (o terrorismo) e retira-se dele seu principal elemento de identificação (a assunção dos atentados). Em outras palavras, o que está sendo inculcado nas mentes é algo muito mais assustador que o pensamento único. Estão veiculando, todos os dias, uma mensagem única. Esta, pior que o pensamento (que já vem pronto e, por isso, mais facilmente identificado), amolda-se e associa-se discretamente à percepção, ao imaginário do indivíduo, causando danos muito mais profundos que visíveis.
Sérgio Vieira de Mello foi assassinado por um caminhão-bomba. E o real motivo pode estar sendo apagado pelo imediatismo das imagens e das palavras."
Não seja imediatista, seja um diplomata de sua própria vida e se aprofunde. Não paralize seu cérebro neste texto, procure outros, leia, compare, discuta.
O grande achado deste texto, ao meu ver, é a crítica ao imediatismo. A primeira informação que ver ou ouvir é verdadeira? Por que?

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