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Créu, um papagaio

quinta-feira, 30 de junho de 2005

Minha irmã estava muito triste em casa e chorava inconsolavelmente. Ela estava passando por um período prolongado de muitas dificuldades, em que a vida se tornou um enorme NÃO aos seus sonhos, ideais, trabalho, etc. (a tristeza só quer uma desculpa para se multiplicar e destruir como uma bactéria necrosante). Em sua casa estava apenas o Manezinho, seu papagaio, de dez anos de idade. Ela começou a soluçar sem parar e nada poderia traduzir sua tristeza. Seu marido estava no trabalho, seu filho na escola. Ela nunca havia se relacionado bem com Manezinho, ele nunca foi carinhoso ou mesmo correspondia às habituais brincadeiras que se tiram com um papagaio, por exemplo, cantar pra ele imitar. Nesse dia, Manezinho lhe ouviu chorar e desceu da sua gaiola, bem acima do chão, agarrando-se a um portão de ferro, daí caminhou até a cadeira na qual ela estava sentada. Ele conseguiu (não sei como) subir até ficar em seu ombro e com o bico carinhosamente parecia querer consolá-la, passando-o sobre seus cabelos e parecendo beijá-la. Ele nunca foi carinhoso com ela. Nesse dia, ficou comovido, emocionalmente envolvido.
Às vezes, um carinho vem de onde não imaginamos, de quem parecemos não poder esperar.
Até de um animal!

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